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Dona Beth conta que o gosto por ensinar já estava presente desde sua infância

Ela lecionou Português e Inglês por 52 anos, destes 28 nos SESI de Valinhos

O Jornal Terceira Visão continua com as homenagens aos nossos queridos professores que marcaram época na cidade de Valinhos. Nesta semana o Jornal Terceira Visão conversou com a professora Maria Elisabete Antônio dos Santos Rocha, conhecida carinhosamente por seus alunos como ‘Dona Beth’ que nos contou a sua história.

Maria Elisabete Antônio dos Santos Rocha, ‘Dona Bete’, tem 71 anos. Sua primeira formação como professora foi no Instituto de Educação Carlos Gomes (Escola Normal de Formação de Professores), em 1969. Em 1974 concluiu o Curso de Letras Anglo-Germânicas, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC), com licenciatura plena.

O gosto por lecionar já estava presente desde sua infância, quando brincava de “escolinha” com outras crianças e era sempre a professora, durante a brincadeira.

“Lecionei em muitas escolas, sempre aqui em Valinhos. A primeira escola onde atuei como professora foi a Escola Estadual José Leme do Prado. Passei a dar aulas no SESI, nos Centros Educacionais SESI 389, 299, 404 e 234, onde permaneci por mais de 28 anos. Aposentei-me por tempo de serviço (em 1995), mas continuei trabalhando no SESI até o ano 2000. Eram aulas de Português e de Inglês”, contou a mestre.

Beth deu aulas também na antiga Escola Técnica de Comércio de Valinhos, nos cursos supletivos da antiga Gessy Lever e da Rigesa, além de aulas particulares.

Trabalhou como professora eventual, dando aulas no ensino médio estadual. Lecionou Inglês, na Escola de idiomas Microlins.  Foi contratada, em 2008, pelo Círculo de Amigos dos Patrulheiros de Valinhos, onde permaneceu por mais de 14 anos, na função de educadora social, tendo encerrado seu vínculo empregatício, neste ano, no dia 11 de fevereiro de 2022. No total, são 52 anos de exercício de magistério.

“Nasci e cresci em Valinhos e ainda moro aqui. Aqui estão as minhas raízes”

Dona Beth

Ser professora, para ela, sempre significou partilhar histórias de vidas, produzir transformações positivas nos jovens, abrir janelas de conhecimento, transmitindo aquilo que os estudos proporcionam como ferramenta de melhor adequação à vida social, pessoal e profissional das pessoas.

“São muitas recordações de minha vida como professora e estão gravadas para sempre em minha memória. Lembro-me dos rostos alegres dos jovens, do respeito com que tratavam a todos os funcionários da escola”, relatou Dona Bete.

Segundo a professora, a educação sofreu grandes mudanças ao longo dos anos e nos dias atuais percebemos muitas questões preocupantes porque a tecnologia evoluiu muito como facilitadora do conhecimento formal. “A educação permanece com muitas questões mal resolvidas no aspecto humano e social”, ressalta.

Atualmente, com mais tempo livre, gosta de ler, fazer atividades físicas e cuidar de suas plantas. Gosta de passear com seus filhos, sua nora e seu neto, estar com sua família e amigos.

“Se tivesse que escolher uma profissão, hoje em dia, eu faria a mesma escolha: seria professora. Ser professora, ao meu ver, é uma paixão, uma escolha de vida, uma missão muito honrosa. Tenho saudade da alegria dos jovens, da energia que eles transmitem e do quanto eu também aprendi com eles, ao longo dos anos, enquanto ensinava. Sou plenamente realizada como pessoa e profissional, com certeza”, afirmou a educadora.

Sobre a concentração dos SESI, ela afirmou que os diferentes Centros Educacionais do SESI se concentraram em um único prédio, mas a essência, a história de cada um deles, em Valinhos, permanece a mesma.

Ela afirma que continua tendo contato como ex-alunos e ex-colegas, através das redes sociais. E enfatiza que tem saudades dos mestres que já se foram e não estão mais entre nós: Marli, Fanny, Maria Elisa e Muller.

“Aos jovens que desejem se tornar professores, deixo aqui o meu incentivo para que invistam na realização desse objetivo. O magistério é uma profissão elevada e digna que só pode ser exercida por quem tem a determinação e a certeza de poder transformar a sociedade em que vivemos em algo melhor, através da educação”, salienta Beth.

Para ela, não importam quais e quantas são as dificuldades que possam aparecer ao longo do caminho, quem está preparado segue em frente, supera, alcança seus objetivos, faz a diferença na vida das pessoas e melhora o mundo em que vivemos. “A vida é feita de ciclos, de etapas que se iniciam e se encerram. Foi maravilhoso ter partilhado de um período de vida de tantos jovens. Espero ter deixado boas lembranças, bons ensinamentos, que com certeza floresceram e frutificaram. Guardo comigo as melhores lembranças, muitas saudades e um imenso carinho por todos. Um grande abraço”, conclui a querida mestra por paixão.

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