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De como conheci Lygia Fagundes Telles e a AVLA

Lygia nasceu em São Paulo no dia 19 de abril de 1918 e faleceu também em São Paulo no dia 3 de abril de 2022.

Assim como conheci Cora Coralina ainda em vida, também tive o privilégio de conhecer e estar pessoalmente com essa grande e já saudosa escritora: Lygia Fagundes Telles.

                Lygia Fagundes da Silva Telles, também conhecida como “a dama da literatura brasileira” e “a maior escritora brasileira” enquanto viva, foi considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século 20 e da história da literatura brasileira. Além de advogadaromancista e contista, Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.

                Lygia nasceu em São Paulo no dia 19 de abril de 1918 e faleceu também em São Paulo no dia 3 de abril de 2022. Foi membro da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa.

                Sua estreia literária foi com o livro de contos Porão e Sobrado (1938), o qual foi bem recebido pela crítica; o sucesso se repetiu com Praia Viva (1944). O seu terceiro livro de contos, O Cacto Vermelho, lançado em 1949, recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, publicado em 1954, foi bem recebido pela crítica e público, tornando-a nacionalmente conhecida.

A década de 1970 foi de suma importância para Lygia e marcou seu êxito literário e consagração internacional, dado que foi naquele período em que ela publicou algumas de suas obras mais aclamadas e prestigiadas: Antes do Baile Verde (1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na FrançaAs Meninas (1973), que ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte; e Seminário dos Ratos (1977), pelo qual ganhou o Pen Club do Brasil. Ela ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira de número 16 da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 12 de maio de 1987. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Dentre seus outros sucessos estão: Verão no Aquário (1964), Mistérios (1981), As Horas Nuas (1989) e Invenção e Memória (2000).

Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura.

E, por convite do igualmente saudoso amigo e jornalista Tom Santos, participamos de um evento cultural na vizinha cidade de Vinhedo, onde Lygia foi brilhante palestrante. Almoçamos juntos após o evento e durante o almoço tivemos oportunidade de conversar sobre suas obras, a situação cultural do país, a importância da leitura para a jovem geração. Mas de tudo isso o que permanece até hoje em minha memória, me encantando e aquecendo meu coração, além do fato de ter podido compartilhar algumas horas com a admirada escritora, foi o seu sorriso franco e aberto e a sua constante atenção, aliás sua marca registrada.

E, hoje, tendo presente aqueles imorredouros momentos que o destino permitiu que eu compartilhasse com Lygia, escolhi o seu nome para ser paraninfo da cadeira acadêmica número 34, cujo patrono é o educador e escritor “Professor Mario Pires”, em que tomo posse na Academia Valinhense de Letras e Artes, a AVLA.

Uma singela homenagem a essa grande mulher é bem verdade. Mas que representa a minha reverência e o tributo do meu reconhecimento ao seu talento, ao seu gênio, ao seu brilho, à sua inegável e reconhecida importância na cultura literária brasileira.

Wilson Vilela.

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