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Posse na Academia

Dia 30 de abril último, numa solene cerimônia ocorrida na Câmara Municipal, tomaram posse os 40 acadêmicos eleitos para ocupar uma cadeira vitalícia na Academia Valinhense de Letras e Artes, a AVLA.

                Sob a batuta do presidente da instituição, André Luiz Rosa, a organização impecável da vice-presidente Cida Reis, e a irrepreensível condução pelo mestre de cerimônias Readir Toledo Genaro, a sessão de posse, que lotou o plenário da Câmara, aconteceu dentro de um clima de festiva comemoração, onde os presentes foram brindados com a apresentação de poemas e textos literários por jovens alunos de escolas municipais que impressionaram pela qualidade, mostrando que a literatura e a arte ainda tem lugar neste mundo.

                E, este articulista, ao lado da sua esposa, filhos e netos e dos convidados professor Antonio Carbonari Netto e doutora Maria Elisa Carbonari, foi incumbido, juntamente com a professora Laís Helena, de saudar os presentes em nome dos acadêmicos empossados.

                Na oportunidade, dirigindo-me aos familiares, amigos e autoridades presentes, tive a oportunidade de agradecer ao presidente e à vice-presidente idealizadores da instituição, ao lado de quem tive a honra de igualmente fundá-la, posto que ambos se caracterizam pelo empenho com que vêm irradiando a mensagem ditada pelo compromisso original de manter os princípios que motivaram a criação da Academia. 

                E, falando pelos confrades e confreiras, quero destacar alguns trechos da minha oração, que me parecem traduzir aquele momento tão significativo.

                “Nossa Academia congrega literatos e artistas. Enfim, aqui estamos! Literatos, poetas, artistas plásticos, fotógrafos, músicos, educadores. Uma plêiade da cultura viva e pulsante da sociedade valinhense!

                Senhoras, senhores, meus colegas acadêmicos, que representam as maiores forças da sociedade valinhense, posto que são as suas forças morais e intelectuais: os homens são como o vento, passam balançando as árvores e vão embora. Mas a Academia Valinhense de Letras e Artes, sustentada por fortes colunas, permanecerá, renovar-se-á e progredirá.

                Por certo o trabalho acadêmico que produzimos e continuaremos a produzir receberá críticas e aplausos. As críticas, devemos sempre agradecer, pois elas constituem o nosso pão espiritual e é por intermédio delas que crescemos, permitindo a correção das nossas falhas. Quanto aos aplausos, as palavras de carinho e apoio que eventualmente recebermos, estas formarão um relicários de emoções, um colar de gratas recordações, um dos motivos pelos quais a vida vale a pena. Estes gestos constituem-se em momentos inesquecíveis e ficarão, pelo resto de nossos dias, custodiados no cofre do nosso coração, guardados, tenham certeza, com a chave de ouro da nossa eterna gratidão.

                Quando desaparecermos da terra, nela ficaremos, não com os nossos nomes passageiros e com as nossas fisionomias fugitivas, mas com o suor, o sangue, as lágrimas que tivermos deixado sobre este solo, e com os gestos de energia, os atos de nobreza, as palavras de justiça e de ternura que tivermos semeado, pelas obras que aqui produzimos e plantamos!

                Esta é a razão pela qual, ao nos tornarmos imortais pela tradição acadêmica ao tomarmos posse em uma cadeira desta Academia, não podermos esquecer que a imortalidade, de que se reveste a natureza humana, faz o homem sempre presente. Presente pela cultura que transmitiu; presente pela amizade que conquistou; presente pelo exemplo que legou; presente pelas obras que produziu.

                Que na produção de nossas obras intelectuais e artísticas que nos possibilitaram estar aqui, hoje, possamos transmitir a magia dos bons estímulos, portar o segredo das invencíveis energias, que asseguram a todos nós, a continuidade do renome desta Instituição, com a perene vibração do progresso moral e da intelectualidade pelo aperfeiçoamento do espírito.

  A homenagem que hoje nos fazemos e que é muito pessoal, porque nossa, porque íntima, fortifica os créditos da nobreza moral; consolida a luta em busca da fraternidade que deve ser procurada entre os homens que se pretendem de bem, entre os que não transigem; entre os que primam pela ética e pelo respeito à cultura e às artes.

É pensando assim que a celebração de hoje transcende uma cerimônia habitual, pois há um aparente esquecimento da terra comum no homem que vive para cultuar e aprimorar os valores aqui declinados. A este passo, não seria demais lembrar com Bernard Shaw: “não importa como morre o homem. O que importa é como vive”. E, de nossa parte, sem falsa modéstia, ousaríamos acrescentar: “… e como é reconhecido!”.

Posto-me, pois, com reverência, cumprimentando a todos, com o coração pulsando rítmico, imenso, enérgico e igualmente generoso, síntese de todas as mais nobres aspirações humanas, pretendendo que, a partir de hoje, esta festa seja uma eterna comunhão de todos nós em prol da cultura valinhense e pátria!

Brindo à vitória que todos nós alcançamos, à resposta positiva que demos aos nossos pais, às nossas famílias, aos nossos amigos. Brindo ao nosso sucesso!”

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