Dia do Refugiado: Guipson Pierre fala da importância da empatia no acolhimento aos estrangeiros

O cantor e compositor é refugiado do Haiti, e brilhou no The Voice levando o nome de Valinhos

A imigração haitiana para o Brasil foi motivada por instabilidades políticas e econômicas e por recorrentes casos de catástrofes naturais, como o terremoto que devastou o país em 2010. O cenário no Brasil, na época, mostrava-se bastante atraente, visto que o país sediaria a Copa do Mundo, portanto, obras para atender ao evento estavam a todo vapor. Assim, os haitianos esperavam encontrar aqui inserção no mercado de trabalho, principalmente na construção civil.

A falta de oportunidades e a situação de marginalidade na qual passaram a viver muitos imigrantes haitianos no Brasil fizeram com que eles começassem a buscar novas rotas à procura de melhores oportunidades.

O Jornal Terceira Visão para destacar o Dia do Refugiado entrevistou o cantor, natural do Haiti, Guipson Pierre. Este que deixou seu país após o grande terremoto de 2010.  Ele veio para o Brasil, em 2013, deixou para trás o desejo de ser médico e passou a investir na carreira de cantor. Guipson conseguiu chegar ao ápice de sua carreira com sua belíssima participação no The Voice Brasil, em 2018.

Por que você migrou para o Brasil?

Eu não tinha escolha naquela época. O Brasil, na verdade, era o país mais fácil e muito mais barato para um haitiano migrar. Eu sempre gostei de cantar, mas depois do terremoto decidi que era o momento de me jogar por inteiro na música. No Haiti não tinha mais como sonhar com uma vida melhor, a única coisa que eu podia fazer para tirar medo, frustração e fome ao meu redor era cantando.

Quais são as maiores dificuldades, como haitiano, você encontrou ao migrar para o Brasil?

A maior dificuldade foi se adaptar com o idioma local.

Como você conheceu Valinhos e escolheu a cidade como moradia?

Eu tinha um amigo que morava aqui em Valinhos, e foi por isso que eu escolhi Valinhos para viver.

Qual é a perspectiva em relação ao futuro aqui no país?

Estou morando no Brasil desde 2013, mas é provável que eu deixe este lindo Brasil. Não tenho certeza ainda, mas é um desejo que vem crescendo muito ultimamente. Penso em voltar para minha terra, mas ainda não sei direito.

Guipson você se orgulha de ter levado o nome de Valinhos através de sua voz até a Globo no The Voice?

Com toda certeza, eu me orgulho! Foi lindo demais a minha participação no The voice.

Como o governo local têm atuado em relação aos haitianos? Existe alguma Ong que colabora com os haitianos presentes em Valinhos?

Até hoje eu nunca ouvi nada sobre o que o governo local vem atuando junto à comunidade haitiana. Sei do trabalho da ACOVIDAS, que desde início sempre abraçou os estrangeiros.

Deixe uma mensagem para a população valinhense referente ao Dia Mundial do Refugiado e para os seus conterrâneos.

Se tem uma coisa que eu acredito que pode fazer a diferença na vida das pessoas é a empatia. É preciso que as pessoas tenham empatia com os estrangeiros aqui a em Valinhos.

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