Todo morrer é um nascer, e justamente na morte se revela a exaltação da vida.
Não existe na natureza um princípio de morte, porque ela toda é vida. Aliás, como já dizia o filósofo alemão Johann Gottlieb Fichte, “a morte outra coisa não é senão o desenvolvimento instantâneo de uma nova vida oculta na vida que a precedeu”.
Essas as razões porque a velhice me parece tolerável e muito mais agradável que enfadonha. Como disse o advogado, político, escritor, orador e filósofo Marco Túlio Cícero, um dos maiores oradores e escritores em prosa da Roma Antiga, “se me engano ao pensar que a alma humana é imortal, me agrado nesse engano e dele não me quero livrar enquanto viva”.
Na verdade habitamos nosso corpo transitoriamente, para uma breve parada. Não é nossa casa, mas uma singela hospedaria. Por isso é preciso que amemos a vida. Não pelos prazeres vulgares e pelas míseras ambições que ela nos oferece. Mas pelo que a vida tem de importante, de grande, de divino. Amemos a vida porque ela é um presente que nos foi dado por pouco tempo.
Quando lamentamos a perda de alguém, temos que entender que esse alguém apenas partiu antes. Nós não somos imortais!
Também não era outro o pensamento do querido e saudoso amigo, o psicanalista, educador, teólogo, escritor e pastor Rubem Alves, “a vida há de ser colhida diariamente. Você terá que aprender que a vida só dá asas a quem não tem medo de cair. A vida é muito curta para esperar. Faça acontecer. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem!”
E, com efeito, quem deseja economizar o hoje para o amanhã fica com a vida apodrecida nas mãos.
É preciso ter tempo para vagabundear, brincar com os netos, curtir a solidão e a ausência de obrigações. Cada momento de alegria, cada instante efêmero de beleza, cada minuto de amor, são razões suficientes para uma vida inteira. A beleza de um único momento vale a pena por todos os sofrimentos.
Portanto, “carpe diem”!