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Número de pessoas em situação de rua no Centro preocupa



















Inverno, desigualdade social e falta de políticas públicas efetivas expõem marginalidade

Por Bruno Marques

Uma mão estendida em súplica, um pedido de ajuda desesperado. “Uma esmola pelo amor de Deus, uma esmola, meu, por caridade. Uma esmola pro ceguinho, pro menino, em toda esquina, tem gente só pedindo”. Sucesso do Skank de 1994, Esmola define bem a atual situação da região central de Valinhos.

Em diferentes pontos da Rua Antônio Carlos, no CACC, nas praças Brasil 500 Anos, da Bíblia e do Lions, sob o viaduto Laudo Natel, nas estações rodoviária e ferroviária e até mesmo em frente à Prefeitura, são constantes – e preocupantes – as ocupações de pessoas em situação de rua.

Diariamente, quem anda pelas ruas da área do Centro se depara com tristes situações como mostram as fotos da matéria. Em sarjetas, esquinas e semáforos não faltam pedintes em necessidade e desespero. Isso quando já não estão dormindo no relento em total abandono e precariedade social e humana.

Na expressão de mendicância ou com cartazes de papelão, muitos dizem: “Por favor, me ajuda”, “Moço, estou com fome…”, “Por favor, compra alguma coisa pra eu comer?”, “Ajuda a comprar um leite para o meu filho?”. Tudo isso na semana que chega o inverno, a época do ano mais impiedosa para quem está em situação de rua.

E não são poucos. Não há um número certo de pessoas na condição de mendicância, pois são dados que variam diariamente. É uma área complexa para atuação, envolvendo segurança e direitos humanos. Além disso, as consequências da pandemia, encarecimento do custo de vida e aumento da desigualdade social empurram cada vez mais pessoas para a marginalidade.

CACC ou craque?

Na última semana a redação do Jornal Terceira Visão recebeu uma mensagem de indignação de um munícipe a respeito do exposto:

“A rodoviária está um verdadeiro abandono, principalmente onde fica a espera dos táxis. Há muitos indigentes, sujeira, um absurdo. Está ficando insuportável. É álcool, consumo de drogas, fezes, urina. Está na hora da Assistência Social passar lá e dar um jeito antes que esse local vire uma ‘cracolândia”.

Também na última semana, um caso de estupro e cárcere privado no banheiro do CACC foi registrado. Foi relatado que desabrigados, alguns usuários de crack, ocupam o local. Mediante a isso, e à mensagem do leitor recebida, juntamente com os registros fotográficos feitos, a redação do JTV enviou questionamentos à Administração Municipal:

Há alguma ação efetiva da Prefeitura visando a segurança do local (CACC e parte externa da rodoviária)? A Pasta responsável (Assistência Social) tem ou mantém um estudo sobre quantas pessoas estão nessa situação (em média), seus locais de origem, necessidades e motivos de estarem nessa situação? Além da Campanha de Inverno, há algum atendimento ou ação efetiva da Prefeitura para diminuir o público em situação de rua e melhorar suas condições sociais?

Operação Inverno 2023

A Prefeitura divulgou que, através da Secretaria de Assistência Social, realizou 161 acolhimentos de pessoas em situação de rua na primeira quinzena da Operação Inverno 2023, iniciada no dia 1º de junho. Ainda de acordo com o informe, foram feitas também 65 abordagens noturnas e distribuídos 34 cobertores para as pessoas que optaram em permanecer nas ruas.

Segundo a Prefeitura, em outros casos, a mesma pessoa é acolhida várias vezes no abrigo, que oferece banho, roupas limpas, jantar e café da manhã, além de espaço adequado com colchões, lençóis, travesseiros e cobertores para a pernoite. O atendimento acontece nos sete dias da semana, das 19h às 7h. As 20 vagas são destinadas a homens, enquanto as mulheres serão encaminhadas para o abrigo municipal de Joapiranga, que servirá de retaguarda durante a operação.

A abordagem noturna é realizada das 18h às 19h30, de segunda a sexta-feira, mas o abrigo pode ser acessado todos os dias, mesmo sem o encaminhamento da equipe.

Comunique o Serviço de Abordagem Social

Munícipes que avistarem pessoas em situação de rua podem acionar o Serviço Especializado em Abordagem Social – SEAS. Através deste mapeamento as equipes podem abordá-los durante a noite. Casos em que a pessoa não esteja bem ou apresentando sinais de hipotermia, o atendimento de saúde deverá ser acionado através do telefone 192 do SAMU.

Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS)
Endereço: Avenida dos Esportes, 303, Vila Olivo (fundos – em frente a rodoviária)
Telefone: (19) 3829-1161 (WhatsApp)
Das 7h30 às 16h30

Centro Comunitário da Vila Progresso
Endereço: Rua do Sindicato, s/n, Vila Progresso

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