A população em situação de rua no Brasil cresceu 50% em 2022, logo após a crise da pandemia. De acordo com o recente relatório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o número de pessoas sem lar saltou de 158,06 mil em 2021 para 236,40 mil em 2022. Esse levantamento veio à luz após o Superior Tribunal Federal solicitar um plano de ação voltado a políticas públicas para essa parcela da população.
A crescente onda de refugiados e a precária remuneração de trabalhadores envolvidos na coleta de resíduos são alguns dos motivos que impulsionaram o aumento significativo da população em situação de rua. Estes números retratam, de forma dolorosa, o agravamento da pobreza no Brasil no período subsequente à pandemia, e o preocupante retorno do país ao mapa da fome.
A região Sudeste registrou o maior número de pessoas em situação de rua no Brasil, com destaque para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Essas cidades apresentaram números de 95,1 mil, 25,9 mil e 21 mil pessoas, respectivamente
A maioria das pessoas em situação de rua no Brasil é composta por homens, representando 87% do total. A faixa etária mais prevalente está entre 30 e 49 anos, abrangendo 55% dessa população. Além disso, 68% são negras, divididas entre 51% pardas e 17% pretas. Para além dos cidadãos brasileiros, muitos imigrantes também enfrentam a dura realidade de não ter um lar no país.