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Fogo, fumaça e sofrimento: Valinhos no Inferno de Dante

Foi na Era do Paleolítico, entre 1,8 e 300 mil anos atrás, que o Homo Erectus descobriu que, friccionando duas pedras, conseguia produzir faíscas. E se elas fossem colocadas sobre algo de fácil combustão, obtinha fogo.
O fogo, que ele antes apenas observava estupefato após raios atingirem árvores, agora estava também no seu poder. O homem, então, não dependia mais de uma centelha “divina”, de onde trouxe o fogo para a humanidade, tal qual Prometeu, na mitologia grega.

E, além do fogo, o homem criou um ‘ambiente prisional’ repleto de fogo: o inferno. Foi na Idade Média que o poder cristão disseminou a ideia do local subterrâneo, com labaredas e fumaça como punições para pessoas, cujas ações foram consideradas más, queimarem após a vida e a morte.
E nesse contexto da Idade Média, o poeta florentino Dante Alighieri escreveu uma das obras mais influentes do Ocidente. No épico A Divina Comédia, com ricas alegorias e propósitos filosóficos, Dante narra a incursão de si mesmo entre Terra, Paraíso, Purgatório e Inferno e seus místicos desdobramentos.

Aqui, embora seja Terra, o calor está infernal em pleno inverno. Pela ação do homem através do fogo e ganância, a destruição da Natureza que o gerou é um auto genocídio em massa através do aquecimento global, efeito estufa. Criamos nosso inferno na Terra e um dos portões é o Brasil.
Em Valinhos, a Serra dos Cocais está queimando há praticamente uma semana. Os danos e prejuízos são incalculáveis, pois vão desde a destruição da fauna, flora e fornecimento de água até o sufocamento da nossa respiração.

E se não respiramos, para onde vamos depois daqui? Para o céu, com Deus? Para o inferno, com o Diabo? Ou para sete palmos debaixo da terra com nenhum conforto metafísico? A resposta é por nossas vidas.

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