Especialista alerta para os principais riscos com crianças em casa e orienta sobre prevenção durante o recesso escolar


Com a chegada das férias escolares, cresce a movimentação dentro de casa — e com ela, também os riscos. A ausência da rotina escolar, somada ao tempo livre das crianças, pode levar a um aumento significativo de acidentes domésticos. Segundo o biomédico e professor universitário Dr. Alexandre Veronez, especialista em Patologia Clínica, os hospitais costumam registrar mais ocorrências neste período, como quedas, queimaduras, intoxicações e até afogamentos.
“O mais comum são quedas, choques elétricos, intoxicações por produtos de limpeza ou medicamentos, queimaduras e pequenos afogamentos em baldes, banheiras ou piscinas”, explica Veronez. “São situações que, em sua maioria, poderiam ser evitadas com simples adaptações no ambiente e maior atenção por parte dos adultos.”
O especialista destaca que o principal fator de risco nas férias é a maior permanência das crianças dentro de casa — muitas vezes sem a supervisão constante de um adulto, já que os pais continuam trabalhando. “A curiosidade infantil faz com que elas queiram explorar. Subir em móveis, abrir armários ou mexer na cozinha são comportamentos naturais, mas que podem resultar em acidentes sérios”, alerta.
A boa notícia é que há diversas formas de prevenir. De acordo com Veronez, medidas simples podem salvar vidas: “Manter produtos químicos fora do alcance, trancar gavetas e armários, instalar protetores de tomadas, usar grades em escadas, esvaziar baldes e sempre supervisionar a criança. Prevenção é sempre mais eficaz do que correr atrás do prejuízo.”
Caso o acidente ocorra, o primeiro passo é manter a calma e agir corretamente. O especialista orienta: “Queimaduras devem ser lavadas com água corrente fria — nunca use manteiga ou pasta de dente. Em caso de cortes, estancar o sangue com um pano limpo. Se houver ingestão de substância tóxica, não provoque vômito e leve a criança imediatamente ao pronto-socorro, de preferência com o rótulo do produto em mãos. Para emergências mais graves, acione o SAMU (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).”
As crianças de 1 a 5 anos são as mais vulneráveis, segundo o biomédico, por estarem na fase de maior exploração e ainda sem noção dos perigos. Por isso, os cuidados precisam ser redobrados.
“Segurança também é uma forma de demonstrar carinho”, resume Veronez. “As férias são momentos especiais, que devem ser lembrados com alegria. Criar um ambiente seguro e dedicar tempo à convivência com os filhos não apenas evita acidentes como fortalece os laços familiares.”