Bombardeio ocorreu na Igreja da Sagrada Família, onde cerca de 500 cristãos buscavam abrigo desde o início do conflito
O governo de Israel reconheceu, nesta quinta-feira (17), que uma de suas munições atingiu por engano a Igreja da Sagrada Família, a única igreja católica da Faixa de Gaza. O ataque deixou três mortos e nove feridos, incluindo dois em estado grave e um em estado crítico, segundo informações divulgadas pelos responsáveis pela paróquia.
O incidente ocorreu em meio aos confrontos entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo Hamas, em guerra desde outubro de 2023. O local atingido abrigava cerca de 500 cristãos deslocados pelo conflito, incluindo católicos e membros de igrejas ortodoxas. De acordo com o Vaticano, o templo foi atingido diretamente por um tanque de guerra.
O governo israelense classificou o ocorrido como um erro operacional e abriu investigação. O gabinete do primeiro-ministro divulgou nota oficial lamentando o incidente e manifestando pesar pelas vítimas.
O Patriarcado Latino em Jerusalém, autoridade responsável pela paróquia atingida, condenou o ataque. A igreja, historicamente protegida pela França, também foi alvo de manifestações de repúdio por parte de líderes europeus. A primeira-ministra da Itália e o ministro das Relações Exteriores da França responsabilizaram Israel pelo ocorrido.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca informou que o presidente Donald Trump conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após o ataque. A administração norte-americana foi informada de que o bombardeio foi resultado de um erro de alvo.
A Faixa de Gaza possui maioria muçulmana, com uma minoria cristã em situação de extrema vulnerabilidade. Segundo estimativas da Igreja Católica, apenas 135 católicos vivem atualmente no território. Desde o início da guerra, muitos cristãos vinham utilizando a Igreja da Sagrada Família como local de refúgio.