
O jovem italiano Carlo Acutis será canonizado pela Igreja Católica no próximo domingo (7). A missa de canonização, que marcará o reconhecimento do primeiro santo da geração millennial, está programada para começar às 5h (horário de Brasília), segundo informações do Vaticano.
A celebração será presidida pelo papa Leão XIV, na Praça de São Pedro, em Roma, e será a primeira canonização conduzida pelo novo pontífice, eleito em maio para suceder o papa Francisco. Inicialmente, a cerimônia estava marcada para abril, mas foi adiada devido ao falecimento de Francisco.
Carlo Acutis foi um adolescente católico que morreu de leucemia aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006, justamente no dia de Nossa Senhora Aparecida. Ele ficou conhecido como “padroeiro da internet”, por evangelizar utilizando a web.
O processo de beatificação ocorreu em 2020, após o reconhecimento do primeiro milagre atribuído a ele: a cura de uma criança brasileira em Campo Grande (MS), que tocou em uma relíquia sua durante uma celebração em 2010. Em 2022, um segundo milagre foi reconhecido pela Igreja, quando uma jovem da Costa Rica se recuperou de um acidente de bicicleta.
Nesta quinta-feira (4), o Vaticano pendurou uma imagem de Carlo Acutis na Basílica de São Pedro como parte da preparação para a canonização. Além disso, será lançado um selo especial em homenagem ao jovem.
Na mesma cerimônia, o papa também canonizará Pier Giorgio Frassati, outro jovem italiano conhecido pelo trabalho com os necessitados, falecido na década de 1920 em decorrência de poliomielite.
Carlo Acutis, apontado como o primeiro santo millennial, nasceu em Londres em 3 de maio de 1991, mas cresceu em Milão, na Itália. Desde cedo demonstrou grande devoção religiosa, sobretudo após a primeira comunhão, quando passou a participar diariamente da missa, rezar o Rosário e dedicar momentos à adoração eucarística.
Além da fé, tinha grande interesse por tecnologia e ciência da computação, habilidade que utilizava para evangelizar. Ele criou um site que catalogava relatos de milagres e usava seus conhecimentos para ajudar amigos e comunidades.
Diagnosticado com leucemia, morreu em 12 de outubro de 2006, e seu corpo encontra-se exposto no Santuário do Despojamento, em Assis. O Vaticano afirma que os restos mortais foram “recompostos”, sem detalhar o processo.
No Brasil, o nome de Acutis ganhou destaque após a cura atribuída a ele em Campo Grande. O padre Marcelo Tenório recorda que, em 2010, um garoto com grave problema no pâncreas foi levado pela família até a paróquia São Sebastião. Após tocar em uma vestimenta com sangue de Acutis, teria se curado.
Para a mãe do beato, Antonia Salzano, Carlo se tornou referência entre os jovens porque viveu de maneira simples e próxima à realidade de outros adolescentes. “Carlo era uma criança comum, que brincava, tinha amigos e ia à escola. Mas sua qualidade extraordinária foi abrir o coração para Jesus e colocá-lo em primeiro lugar. Ele queria ajudar as pessoas a terem mais fé e a entenderem que somos peregrinos neste mundo”, declarou.