

Valinhos assistiu nesta semana a mais um triste espetáculo daquilo que chamamos de “política do quanto pior, melhor”. O apoio institucional da Prefeitura à Parada LGBTQIA+ foi usado como munição para ataques rasteiros contra o prefeito e contra a própria democracia. O mais grave: a crítica escorregou para o campo do preconceito aberto, com palavras de homofobia que não cabem em uma sociedade civilizada.
É preciso ser claro: quando a Prefeitura apoia um evento, ela não “abraça uma causa”. Ela cumpre seu papel legal, assegurando o uso do espaço público e a segurança dos cidadãos. O resto é distorção deliberada, feita por quem se alimenta do caos para colher dividendos políticos.
Essa prática mesquinha não é nova em Valinhos, mas precisa ser denunciada: transformar diferenças em armas, mentiras em discurso e ódio em palanque é a antítese da boa política. Quem age assim não defende princípios — apenas revela seu próprio vazio.
Belchior já alertava: “o novo sempre vem”. O futuro não cabe nos olhos de quem insiste em enxergar o diferente como inimigo. Gonzaguinha reforça: “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Isso é direito, não favor. E Milton Nascimento eternizou: “qualquer maneira de amor vale a pena”. Vale a pena, sim. E quem tenta negar isso está, na verdade, negando a própria humanidade.
Não confundamos: intolerância não é opinião, é atraso. Governar exige respeito à diversidade porque o poder emana do povo — e o povo é múltiplo, colorido, plural. Políticos que insistem em atacar minorias mostram que não sabem, nem nunca souberam, governar para todos.
O Jornal Terceira Visão reafirma: não há espaço para o preconceito travestido de debate político. A política do ódio não constrói futuro; apenas envenena o presente e condena a cidade à mediocridade.