

Integrantes do Grupo Refit, alvo de uma megaoperação nesta quinta-feira (27), registravam em janelas de vidro o esquema de corrupção investigado pelas autoridades. As anotações foram encontradas em um escritório localizado na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e expõem detalhes do funcionamento da organização.
Fotos obtidas pelo blog mostram desenhos, mapas e listas elaboradas com caneta diretamente nos vidros. Entre as anotações, aparecem nomes de transportadoras, refinarias, investigados e até referências a operações policiais. Os investigadores batizaram o local de “escritório da corrupção”.
Segundo apuração, os registros revelam que a Refit monitorava autoridades do Judiciário, do Congresso, de procuradorias estaduais e até de portos. Havia expressões como “mapeamento do Judiciário”, “mapeamento das Procuradorias estaduais”, “mapeamento do ministério” e “mapeamento dos portos”.
Uma das inscrições que chamou atenção dos investigadores citava Beto Louco, investigado pelo Ministério Público de São Paulo por supostamente comandar um esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis. Outra anotação destacada foi a expressão “dashboard do crime”, reforçando a complexidade do esquema.
A operação Poço de Lobato, deflagrada pela força-tarefa nesta quinta-feira (27), identificou um amplo mecanismo de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro atribuído à Refit, antiga refinaria de Manguinhos. De acordo com a Receita Federal, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano, utilizando empresas próprias, fundos de investimento e offshores em paraísos fiscais para ocultar lucros e blindar recursos.
Conduzido pelo empresário Ricardo Magro, o grupo é considerado o maior devedor de ICMS do estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores do país. A estimativa dos investigadores é que o esquema tenha provocado um prejuízo de aproximadamente R$ 26 bilhões aos cofres públicos.
Procurada, a defesa do grupo não havia se manifestado até a última atualização desta matéria.
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