A grande influência das redes sociais na saúde mental

Cyberbullying, dependência e os males da inovação de contato

Por Rafaela Duarte

Há pouco tempo as redes sociais surgiram, mas logo entraram no cenário social com uma forte influência. Aos poucos, se transformou em um hábito diário na vida dos vários usuários, principalmente os jovens, pelo mundo todo. Após esse sucesso, a maneira com que nos relacionamos mudou demasiadamente, e até o nível de importância que cedemos as relações se modificou.

A juventude atual é integralmente dependente da conexão virtual, mestres na utilização de computadores, celulares, tablets e outras mídias digitais. Mas, possuem grande dificuldade no convívio pessoal, diálogos e relacionamentos presenciais.

Segundo o psicólogo Dominic Santos, para auxiliar uma pessoa que está começando a criar uma dependência nas redes sociais é preciso que essa pessoa se integre no mundo real de outras formas, incentivando atividades em outros ambientes, como por exemplo praticar esportes ou desenvolver algum Hobby que dependa de outras pessoas para funcionar.

Costumes como ficar chateado por não ter muitas curtidas na foto, ter a sensação de exclusão por não ser aceito por alguém em uma rede social, ter mais de 300 amigos e não falar com nenhum, tudo isso foi influenciado por essa tecnologia. No mundo online, existe uma necessidade de ser aprovado e isso tem causado uma enorme pressão para muitas pessoas, que tem percebido o quão negativo essa nova maneira de nos relacionarmos está se tornando com o passar dos tempos.

“A internet influencia demais na saúde mental, nós seres humanos não estamos preparados para o impacto da avaliação de centenas de pessoas ao mesmo tempo, nosso aparelho psíquico simplesmente ainda não se desenvolveu a esse ponto, é uma carga grande demais, utilize as redes sociais com muito cuidado e se exponha o menos possível”, orienta o psicólogo Dominic Santos.

Os casos de bullying, também se inovaram, anteriormente ficava apenas na escola, mas hoje se mantém 24 horas pelas redes sociais, é o chamado cyberbullying. Os agressores utilizam essas tecnologias para disseminar mensagens de ódio, perseguição e intolerância.

De acordo com a psicóloga Patricia Iunes Hassan é difícil detectar quando uma pessoa está sendo vítima de cyberbullying, mas a mudança de comportamento sempre deve ser alvo de atenção dos pais, cuidadores, educadores. Sinais como irritabilidade, medo, ansiedade, isolamento, perda repentina de interesse no celular, devem ser observados com atenção.

A maior parte das vítimas sofrem em silêncio, por medo ou vergonha de confessar que estão sendo alvos de ataque, o que potencializa o poder do agressor. “É importante nunca minimizar o cyberbullying. A vítima desse tipo de bullying precisa de apoio familiar e profissional para o manejo adequado de possíveis danos à saúde mental”, ressalta a psicóloga.

O aumento desses casos é alarmante, pois de acordo com especialistas, pode gerar tristeza, depressão, transtorno de ansiedade e, em casos mais sérios, levam à morte.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019 divulgou na véspera do Dia de Prevenção ao Suicídio que, a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. Esse tema é um dilema humano, que foi ignorado por muito tempo, hoje é tema de saúde pública, por conta do aumento assustador de casos por todo o planeta.

Com toda essa influência que as redes sociais tem na vida desses jovens, é essencial investir em pesquisas, inovações tecnológicas e ações educativas e de cuidado criativas, acessíveis, eficientes e adaptadas para públicos diversos para que as mídias sociais sejam utilizadas de forma positiva, segura em prol da prevenção do suicídio e a promoção da saúde mental.

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