O ponto final que falta

O ponto final parece pequeno, mas diz tudo: basta. Acabou. Encerramos. E, curiosamente, é justamente isso que falta às pessoas — especialmente neste palco tóxico chamado redes sociais.
Ali, ninguém termina nada. Discussões se arrastam, ataques se multiplicam, ressentimentos encontram abrigo. A pandemia abriu a porta do distanciamento emocional; a internet transformou isso em regra. Hoje, qualquer um se sente autorizado a vomitar opiniões, criar factoides, inventar versões e jogar maldade ao vento como quem joga confete. Falta freio. Falta limite. Falta ponto final.

E estamos a 20 dias de colocar um ponto final em 2025, um ano em que muita gente viveu frases intermináveis: brigas que nunca cessam, mágoas repetidas, narrativas que se estendem até perder o sentido. Gente que prefere vírgulas infinitas a admitir que algo precisa acabar.

Encerrar é coragem. Exige maturidade. Exige aceitar que algumas histórias não merecem seguir para 2026. Que certas conversas, relações, ilusões e conflitos só permanecem vivos porque ninguém ousa encerrá-los.
E o resultado é um mundo cansado, barulhento, duro — mas cheio de gente que continua escrevendo a própria vida como se tudo pudesse durar para sempre.

O ponto final liberta. Ele corta excessos, silencia ruídos, desmonta egos inflados por telas que distorcem a realidade. Ele nos obriga a recomeçar — e é isso que assusta. Mas 2026 está logo ali, esperando que concluamos de verdade o que 2025 deixou pendurado.

Ponto final não é derrota.
É higiene emocional.
É ordem.
É respeito.
É força.

E talvez seja isso que esteja faltando — nas frases, nas redes, nas relações e em cada um de nós: a coragem simples e brutal de colocar um ponto final.

Quer saber as últimas notícias de Valinhos, siga o nosso Instagram: https://www.instagram.com/jornalterceiravisao/

Leia anterior

Governo confirma salário mínimo de R$ 1.621 para 2026

Leia a seguir

Espetáculo de dança inspirado em Aladdin encantou público no Country Club Valinhos