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A Influência da Igreja Católica: Matriz de São Sebastião

Em 19 de março de 1944, no dia de São José, ocorreu a inauguração solene da Matriz de São Sebastião

A Igreja Católica sempre desempenhou um papel crucial na sociedade. Conforme os registros históricos, desde os tempos das sesmarias, a Igreja exigia que o Estado reservasse locais para a criação de paróquias nas concessões feitas aos sesmeiros. Até 1870, Valinhos estava subordinada à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campinas. Em 1875, Valinhos recebeu a sua primeira capela, o Curato de Santa Cruz.

Durante uma epidemia de febre amarela em 1889, o padre Francisco Manetta prometeu que, após o término da epidemia, seria construída a primeira Matriz de Valinhos. São Sebastião, soldado romano e mártir conhecido como protetor contra a peste, a fome e a guerra, além de guardião das criações e rebanhos, foi o santo escolhido para ser o padroeiro da cidade, em razão da proteção que Valinhos recebeu durante a referida epidemia.

A Paróquia de São Sebastião começou a se formar com a chegada do Padre João Baptista César, nomeado pelo bispo Dom Antônio de Alvarenga em 17 de fevereiro de 1901. Quando assumiu o cargo, encontrou uma igreja praticamente desprovida do necessário, mas, com a ajuda dos fiéis, conseguiu construir um altar dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

Entre os itens em falta estavam uma imagem danificada de Nossa Senhora das Dores, uma imagem não muito conservada do padroeiro São Sebastião e dois crucifixos pequenos. Diante dessa situação, a comunidade local decidiu agir e realizar melhorias na igreja. A primeira medida tomada foi a construção de um altar principal, uma obra que demandou um investimento considerável de 1 conto de réis. Com a colaboração dos fiéis, foi possível erguer um altar dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

Além disso, faltavam paramentos adequados para a benção do Santíssimo Sacramento. Até mesmo o ferro necessário para a fabricação das hóstias precisou ser adquirido por meio de compras.

A Igreja Matriz de São Sebastião em Valinhos, idealizada pelo Padre Manoel Guinaut, é o mais importante patrimônio histórico e cultural da cidade. Graças ao seu estilo gótico-romano e imponência, é considerada uma das mais belas igrejas do estado de São Paulo. No livro de registros da Paróquia de São Sebastião, constam Hildebrando Bertuolo como o primeiro batizado e o casamento de Antônio Gallo e Rosa Buttura como o primeiro na nova Paróquia.

Após uma série de padres que passaram pela paróquia, em 19 de março de 1944, no dia de São José, ocorreu a inauguração solene da Matriz de São Sebastião, realizada pelo Bispo Diocesano Dom Paulo de Tarso Campos.

A Paróquia de Valinhos foi a quarta a ser instituída na região de Campinas. A primeira foi a Catedral, seguida pela Paróquia de Santa Cruz, atualmente conhecida como Nossa Senhora do Carmo. Posteriormente, foi estabelecida a Paróquia de Sant’Ana, que atende a região de Sousas, e a Paróquia de São Sebastião, datada de 21 de dezembro de 1900. Essa iniciativa de fortalecer a estrutura e os recursos da igreja reflete o comprometimento da comunidade em promover e preservar suas tradições religiosas, mesmo diante de desafios financeiros e de conservação.

1º Batizado e Casamento

Após meses de espera, finalmente chegou, por meio de uma doação, uma pia batismal à nova Paróquia, e foi nesse momento que um marco histórico foi estabelecido: o primeiro batizado seria realizado. O protagonista dessa ocasião especial foi Hildebrando Bertuolo, filho do casal de imigrantes italianos Antônio Bertuolo e Macelina Pavan, que escolheram essa localidade brasileira para estabelecerem sua residência.

A chegada da pia batismal representou um passo importante para a comunidade local, pois permitiria a realização dos sacramentos de forma adequada e solene. Esse momento foi celebrado com entusiasmo pela Paróquia, que se preparou para acolher o primeiro batizado de sua história.

Hildebrando Bertuolo, como o primeiro batizado na nova Paróquia, carrega consigo um significado especial. Sua família, formada por imigrantes italianos em busca de novas oportunidades no Brasil, demonstra a diversidade e a força dos laços familiares que unem diferentes culturas.

Esse evento representa um marco na história da Paróquia, marcando o início de uma nova era de práticas religiosas e celebrações comunitárias. Através do batismo de Hildebrando Bertuolo, a Paróquia dá as boas-vindas a todos os fiéis e reafirma seu compromisso em proporcionar um ambiente de fé e união para todos aqueles que escolheram fazer parte dessa comunidade religiosa.

Nos livros de registro da Paróquia de São Sebastião, o primeiro casamento foi de Antônio Gallo e Rosa Buttura.

Os beneméritos

Silvano Pacheco Ferreira participou da comissão para promover a construção da igreja, além de fazendeiro, foi designado sub-delegado de polícia em 1893, era neto do Barão de Itatiba e foi ele quem conseguiu a iluminação a gás nas ruas do Distrito. Dr. Cândido Ferreira da Silva Camargo, conhecido como Dr. Candinho, proprietária da Fazenda Santa Tereza, que recebeu inúmeros imigrantes italianos. Era casado com dona Aninha, Ana Leonísia do Amaral Camargo, fundadora do Sanatório Cândido Ferreira.

A construção do Cruzeiro

No dia 1º de junho de 1924 foi realizada uma festa em homenagem ao Imaculado Coração de Maria e inauguradas as reformas na igreja velha, que foram custeadas pela família Von Zuben, da Fazenda Tapera. Nesse mesmo ano o Padre José Antônio Maria Vieira conseguiu um alvará para levantar um Cruzeiro em frente a Matriz, para marcar as Santas Missões. Isso aconteceu em 18 de setembro de 1924. Uma cruz de madeira foi colocada provisoriamente no local, mas foi derrubada no dia seguinte, causando revolta no padre. Uma comissão integrada por Francisco Von Zuben, Antônio Antoniazzi, Irineu Pimentel Moraes, o padre José Antônio Maria Vieira, além de outros moradores, se incumbiu da construção do Cruzeiro em granito, uma obra do artista José Rosada. A inauguração deste Cruzeiro foi durante a Festa de São Sebastião em janeiro de 1925.

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