Clássico petardo do Motörhead de 1980 conclui com peso e vigor a série especial do mês que se celebra o Dia Mundial do Rock
Por Bruno Marques
Seguindo com a série especial de clássicos dos clássicos roqueiros no mês em que se celebra o Dia Mundial do Rock, hoje a música é um dos mais entoados hinos do gênero, e também daquelas pra fechar o show, de voar cadeira e chutar o sofá.
E ela é o maior hit do Motörhead, a banda que, certa vez, na ocasião do show da turnê do álbum Inferno, em São Paulo, o Estadão definiu, no título, como o grupo que, onde pisam, nem grama nasce.
Jogo rápido
Faixa-título do quarto álbum do grupo, Ace of Spades, lançada em 1980, é o resultado da intensidade do Metal com a velocidade do Punk com sabor de whisky de um bar velho e sujo do velho oeste.
Apesar dos rótulos acima, não só o da bebida, a banda os recusava, afirmando tratar-se, sucintamente, de rock ‘n roll. À época, o Motörhead era o lendário Lemmy Kilmister (vocal e baixo), Eddie ‘Fast’ Clarke (guitarra) e Philty ‘Animal’ Taylor (bateria). Todos já falecidos. Respectivamente, nos anos de 2015, 2018 e 2015.
Trio bruto e barulhento
Com seus vocais ríspidos, Lemmy canta microfone acima com o que há de mais refinado em grosseria gangrenada numa solução de whisky, Coca-Cola, Marlboro e uma imposição certeira de atitude com um baixo trovejante. Quase uma guitarra base. Eddie ‘Fast’ Clarke destilou riffs enlouquecedores e solos fervilhantes. E, por sua vez, ‘Philty’ fez o ritmo veloz da bateria com vigor e caos resultando num som totalmente intimidador.
Muito mais do que uma porradaria irresistível do Rock, Ace of Spades fez a ponte entre Metal e Punk e, desse híbrido, foi possível o desenvolvimento de impactantes subgêneros como o Hardcore e o Thrash Metal.
Trechos da letra: A graça é jogar
“Se você gosta de jogar, te digo que sou o cara certo. Ganhar algumas, perder outras, dá no mesmo para mim”
“A graça é jogar, não faz diferença o que você diz. Eu não tenho ganância, a única carta que preciso é o Ás de Espadas”
“Você sabe que eu nasci para perder, e apostar é para idiotas. Mas é assim que eu gosto, amor. Eu não quero viver para sempre”