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Ainda sobre o cruzeiro

 Como havia dito na crônica anterior sobre o cruzeiro marítimo no navio Costa Firenze, continuo contando as impressões dessa maravilhosa viagem, só que agora dando detalhes sobre nossas paradas e cidades visitadas.

Na verdade, visita mesmo fora do barco, pisando em terra firme, fizemos à cidade de Ilhéus, que é um município situado no litoral do estado da Bahia, nordeste do Brasil, com uma densidade demográfica de aproximadamente 160.000 habitantes. Ilhéus, com o mais extenso litoral entre os municípios da Bahia, foi fundada em 1536 como “Vila de São Jorge dos Ilheos”, e elevada a cidade em 1881. Ilhéus é um diminutivo de ilha. E o centro da cidade se localiza nessa ilha formada pelos rios Almada — que se inicia na Lagoa Encantada que apresenta belas paisagens e elevado nível de preservação ambiental —, Cachoeira e Itacanoeira (ou Fundão) e ainda pelos canais Jacaré e Itaípe.

O mar de Ilhéus não possui pedras, sendo ótimo para as brincadeiras de crianças e prática de mergulho. A proximidade do mar com a mata atlântica faz com que as águas formem piscinas naturais junto ao mangue, ostentando deslumbrantes e paradisíacas praias. A praia dos milionários, que fica a cerca de 8 km do centro, é considerada uma das praias mais famosas e populares de Ilhéus, com muitas opções de cabines e acomodações nas proximidades.

Ilhéus é considerada a capital do cacau e denominada por seus habitantes como a “Princesinha do Sul”, tendo sido o primeiro produtor de cacau do mundo, mas, depois da enfermidade conhecida como vassoura-de-bruxa, que infestou as plantações, reduziu consideravelmente a sua produção.

Ilhéus é conhecida por ambientar os romances de Jorge Amado, famoso escritor baiano, como “Gabriela, Cravo e Canela” e “Terras do Sem Fim”, cuja obra é uma das mais significativas da moderna ficção brasileira, sendo voltada essencialmente às raízes nacionais. São temas constantes nela os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças, as tradições e a sensualidade do povo brasileiro. Foi casado com a também escritora Zélia Gattai, a qual o sucedeu em 2002 na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras.

A maior parte do patrimônio arquitetônico de Ilhéus está intrinsecamente relacionado à época de ouro da lavoura cacaueira. Tal período é abordado nos romances de Jorge Amado e impulsiona o turismo cultural, na medida em que revela imagens que ilustram tanto aspectos culturais quanto econômicos, naturais, históricos e arquitetônicos da região. Neste contexto, interessamo-nos, minha esposa e eu, em conhecer e identificar locais habitados pelos personagens amadianos e, ao mesmo tempo, conhecer a história e a cultura da cidade. Nos romances, o escritor faz referências a bairros, ruas, praças, casas e igrejas da cidade que serviram de cenário para suas narrativas. Lugares como o Bar Vesúvio, a Igreja Matriz de São Jorge, a Catedral de São Sebastião, o Bataclan e o Antigo Porto, que visitamos. Aliás, tentamos achar a passagem secreta que permitia o acesso dos ilustres e respeitados cidadãos ilheuenses do Bar Vesúvio ao Bataclan, a casa de prostituição, cabaré e cassino, que era frequentada e mantida principalmente pelos coronéis de cacau da região. Mas esta já não existe, por mais que insistíssemos em procurá-la.

Visitamos a Casa de Cultura Jorge Amado, que abriga um museu dedicado ao escritor que ali viveu, ao lado dos pais, parte da sua infância. Infelizmente muito mal cuidada e despojada de atributos para fazer jus a um museu.

De volta ao navio, após beber muita água de coco e comprar chocolate na fábrica que o produz,

ainda tenho que contar a vocês a descida no porto do Rio de Janeiro e a visita ao Museu do Amanhã, sem prejuízo da estória dos pequenos Benjamin e Bernardo.

Até mais!

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