

O artista visual Miro Bampa, nascido e criado em Vinhedo, constrói uma trajetória marcada pela pesquisa de materiais e pela criação de narrativas que transitam entre o real e o imaginário. Miro desenvolve um trabalho conceitual que parte, muitas vezes, de fotografias antigas. A partir delas, desconstrói a imagem original para criar um novo sentido pictórico, guiado pela narrativa que deseja apresentar.
Sua relação com a arte começou na adolescência, quando percebeu seu potencial transformador. Para Miro, a arte deve questionar o óbvio e propor novas formas de existência. Mesmo que sua intenção não coincida com a leitura do público, acredita que a obra é livre para interpretações. Textos e frases costumam aparecer em suas produções como elementos que provocam diálogo e ampliam o impacto visual.
Entre os materiais que utiliza estão chumbo, encáustica e cimento, escolhidos de acordo com as necessidades temáticas de cada trabalho. Embora não se considere um artista regionalista, reconhece que figuras e lugares familiares podem surgir ocasionalmente como referências sutis a Vinhedo.
Entre suas séries mais marcantes está “Flores para minha solidão”, que o artista considera um marco na consolidação de seu estilo atual. Ele gosta de trabalhar obras em sequência, como se fossem páginas de um livro, reforçando o caráter poético de sua produção.
Em constante evolução, Miro promete continuar explorando suportes e técnicas que renovem sua linguagem. Sem direcionar o olhar do espectador, prefere que cada pessoa construa sua própria narrativa — como na frase que costuma usar em suas obras: “No silêncio da cadeira vazia, ainda ouço seus passos.”