Bombardeios atingem áreas residenciais e hospital no sul da Faixa de Gaza; ofensiva ocorre durante tentativa de mediação dos EUA por cessar-fogo e libertação de reféns


Pelo menos 70 palestinos foram mortos nesta quarta-feira (14) por ataques aéreos israelenses em diferentes pontos da Faixa de Gaza, informaram autoridades de saúde locais. A ofensiva ocorre em meio à visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região, e marca uma nova escalada no conflito que já deixou mais de 52 mil mortos palestinos desde outubro de 2023.
Segundo médicos locais, a maior parte das vítimas, incluindo mulheres e crianças, morreu em bombardeios contra casas em Jabalia, no norte do território palestino. Testemunhas relataram ainda que um ataque aéreo atingiu uma escavadeira próxima ao Hospital Europeu, na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza.
Alvo seria liderança do Hamas
Reportagens da imprensa israelense afirmam que o ataque ao hospital, na terça-feira (13), pode ter matado Mohammad Sinwar, líder militar do Hamas, e outros dirigentes do grupo. O Exército de Israel alega que o local funcionava como bunker de comando e controle, mas não confirmou oficialmente a morte dos líderes, tampouco o Hamas comentou os relatos.
Ainda na noite de terça-feira, a Jihad Islâmica, grupo aliado ao Hamas e apoiado pelo Irã, lançou foguetes contra Israel. Em resposta, o Exército israelense ordenou a evacuação de moradores de Jabalia e Beit Lahiya, antes do início da nova ofensiva.
Refém americano libertado
Na segunda-feira (12), o último refém americano vivo conhecido, Edan Alexander, foi libertado pelo Hamas, dias antes da chegada de Trump ao Oriente Médio. O governo dos EUA vem atuando como mediador junto ao Egito, Catar e Israel para viabilizar a libertação de reféns e negociar um cessar-fogo.
Em encontro com famílias de reféns em Tel Aviv, os enviados especiais Steve Witkoff e Adam Boehler afirmaram que há um “novo impulso” para um possível acordo. Paralelamente, os EUA propuseram a reabertura do envio de ajuda humanitária a Gaza por meio de empreiteiros privados, plano que foi aprovado por Israel, mas rejeitado pela ONU e organizações internacionais por falta de garantias e definição de financiamento.
Situação humanitária crítica
Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel e levou 251 reféns para Gaza, a ofensiva israelense devastou o território palestino.
De acordo com autoridades de saúde de Gaza, mais de 52.900 pessoas morreram em consequência dos bombardeios israelenses. Cerca de 2,3 milhões de palestinos vivem sob bloqueio total, com escassez extrema de alimentos, água e medicamentos. Organizações internacionais alertam para um cenário de fome generalizada na região.