Genivaldo Amorim fala sobre música, dança e arte contemporânea em dia especial para os artistas
“A arte contemporânea brasileira é uma das melhores e mais vibrantes do mundo. Inventiva, plural, profissional, conta também com uma das bienais mais importantes e a segunda mais antiga do mundo, criada em 1951”
Por Gabriel Previtale
Em homenagem ao Dia Nacional das Artes, que será comemorado em 12 de agosto, tivemos a honra de entrevistar um influente e premiado artista da região de Valinhos, Genivaldo Amorim. Além de suas conquistas artísticas, Genivaldo também lidera o inspirador coletivo OcupeArte.
“Conversando com um jornalista em um estúdio de TV em Moçambique em 2019 sobre uma exposição que estava realizando lá, em dado momento ele, demonstrando grande respeito, disse: ‘O Brasil é uma potência cultural’. Até então, eu não havia pensado nisso, mas de fato, o Brasil é uma potência cultural”, compartilha Genivaldo.
Refletindo sobre as visões frequentemente debatidas da cultura brasileira, o artista destaca: “Muito se fala sobre a falta de cultura do povo brasileiro, que o povo lê pouco, prefere música ruim, quase não vai ao teatro, aos museus, que só vai ao cinema assistir filmes rasos americanos. Talvez haja um pouco de razão nessa visão, mas, olhando mais atentamente, veremos que aqui há uma indústria cultural que, apesar das dificuldades, nunca deixou de produzir coisas de primeira grandeza, e, em alguns setores, reconhecidas e consumidas mundo afora.”
Genivaldo destaca a riqueza da música brasileira: “A música brasileira é uma das mais ricas do mundo, e não faltam exemplos para nos mostrar o quão grande é o privilégio de falar português e entender letras de músicas que são grandes preciosidades. A hegemonia de certos estilos musicais populares nunca impediu que outros artistas continuassem lapidando suas joias sonoras.”
Ele também aborda a dança, mencionando o Grupo Corpo e a Companhia de Dança Deborah Colker, e destaca: “O que não falta no país é gente talentosa se esmerando para produzir dança que não fica em nada atrás do resto do mundo.”
Genivaldo destaca o presente vibrante da arte contemporânea: “A arte contemporânea brasileira é uma das melhores e mais vibrantes do mundo. Inventiva, plural, profissional, conta também com uma das bienais mais importantes e a segunda mais antiga do mundo, criada em 1951, além do Museu de Arte mais importante do hemisfério sul, o MASP, e da feira de arte mais importante da América do Sul, a SP-Arte”.
“O Brasil é uma potência cultural, e reconhecer isso é muito importante para que consigamos avançar, quebrar preconceitos e informações falsas que atrasam esse desenvolvimento. E é preciso lembrar, sempre, que a cultura de um país não são apenas manifestações culturais, como as abordadas acima. Cultura é tudo aquilo que nos dá uma identidade, nossa língua, a maneira como fazemos as coisas, o que comemos, etc.”, conclui Genivaldo Amorim, destacando a riqueza cultural e a identidade diversificada que fazem do Brasil uma verdadeira potência no cenário global das artes.