“Você é mais capaz do que você imagina, corra atrás dos seus sonhos”, declarou ela
No dia 1º, começa a campanha do Outubro Rosa com o objetivo de conscientizar o câncer de mama e do colo de útero para a população. De acordo com o Instituto Oncoguia, diagnosticar o câncer precocemente pode aumentar as chances de cura, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura.
O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário sendo um dos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA. Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais gerando o cisto.
Para falar sobre o assunto, o Jornal Terceira Visão realizou uma entrevista com a Bruna Fernanda Fida. Ela tem 35 anos, casada com João Carlos e mãe do Lorenzo de cinco anos.
Seu processo de descoberta começou durante uma consulta de rotina com seu ginecologista, que verificou um nódulo em sua mamã esquerda. Ao chegar para fazer o exame foi descoberto que era somente um nódulo de gordura, mas já em sua mamã direita, os nódulos foram encontrados.
“Passei em consulta no mês de fevereiro onde foi levantada a suspeita, e em março foi feito o exame de imagem, diagnosticando então dois nódulos malignos”, explicou.
Ao chegar no local onde iria fazer o exame de ultrassom, segundo a Bruna, foi um momento assustador, os médicos acabam dizendo a famosa frase “precisamos investigar”, isso acabou causando uma preocupação nela ao entender que algo sério estava acontecendo. Mas mesmo assim ela se manteve forte ao pensar como tudo tem um propósito na vida e também frisado por ela, “Não buscar informações no Google e confiar nos profissionais que irão te atender”.
Por ter sido diagnosticado cedo, ela conseguiu realizar a cirurgia e começar o tratamento com a quimioterapia após o procedimento cirúrgico. Durante esta fase, houve certas mudanças em sua vida.
Ela foi morar com a sua mãe para que pudesse ter um apoio, houve o afastamento de seu trabalho pelas condições em que estava vivendo. Mesmo sendo uma pessoa independente, nesse momento acabou precisando depender de muitos, seja de sua família, ou no hospital com os seus médicos e profissionais da saúde.
A sua alimentação teve alterações para que fossem ingeridos alimentos que pudessem auxiliar na melhora de seu corpo diante do tratamento. “Eu passei com a Ester, que é nutricionista do Grupo Rosa e Amor e a gente reestruturou minha alimentação. Foram ajustes mais estratégicos, focando em alimentos, em nutrientes, que favoreçam a imunidade.”, explicou a Bruna.
O tratamento é denominado como adjuvante, quando o paciente já fez a cirurgia e segue com a quimioterapia. São quatro sessões de quimioterapia vermelha e doze brancas. As vermelhas tem um intervalo de 21 dias e as brancas uma vez por semana. Sendo realizadas separadamente, ou seja, primeiro são as vermelhas e após a realização das quatro sessões, são iniciadas as brancas.
“Possivelmente após as quimioterapias, vou entrar com a radioterapia e o fato de meu câncer ter sido positivo pra receptor de hormônio, vai seguir com bloqueio hormonal”, contou ela.
Um dos medos em realizar o tratamento com a quimioterapia é a perda dos cabelos, Bruna teve essa reação, entre outras, como o cansaço e fadiga que fizeram parte de suas sessões durando até cinco dias após o procedimento.
“As pessoas não tem muito entendimento ao que eu vou falar, mas eu costumo dizer que o câncer, ele é um presente, uma oportunidade de você se reinventar, você olhar a vida de outra forma. Então sim, com certeza a visão em relação à vida mudou, é uma virada de chave, a gente passa a dar valor nas coisas que são simples, deixando de dar valor no que não faz tanto sentido”, comentou ela.
A Bruna quer voltar ao seu trabalho e o mais importante, levar essa causa, essa luta para todas as mulheres que necessitam. Seja de forma voluntária, ou alguma forma em que ela possa estar engajada com essa campanha, que se tornou algo diário em sua vida.
“Você é mais capaz do que você imagina, corra atrás dos seus sonhos, tenha um tempo de mais qualidade fazendo o que você gosta, se cuide mais e se ame mais”, comentou.
Para sua última pergunta o Jornal Terceira Visão deixa sua resposta na íntegra, para que possamos perceber como diante das dificuldades, dos obstáculos, podemos levantar e continuar a caminhada, querendo sempre um futuro melhor, uma vida melhor, cheia de alegria e positividade.
Vivendo com o câncer, o que você diria para outras mulheres que estão passando por isso?
Eu tenho tanto coisa para falar pra essas mulheres que eu poderia fazer um podcast inclusive, mas eu acho assim que acima de tudo, o câncer não é o protagonista da sua vida, o protagonista é você. Ele não pode ser o que te derruba muito pelo contrário, ele vai ser o que te faz levantar para lutar, para mostrar que você é maior do que ele, para falar “não, isso não, eu não deixo que isso tome o controle da minha vida”. Eu acho que buscar ajuda faz todo sentido, aqui em Valinhos nós temos o Grupo Rosa e Amor que dá assistência e acolhimento para essas mulheres, eu acho que o acolhimento psicológico, ele vai muito mais além do que o tratamento né, o que está dentro da nossa mente faz com que o tratamento seja um sucesso, você estar com a cabeça leve faz toda a diferença.
E claro, ame-se acima de tudo, se cuide, você é capaz. A gente tem esse costume de sempre deixar de fazer pra si, para fazer pros outros. Não é uma questão de ser egoísta, é uma questão de si priorizar, voltando lá no começo, seja o protagonista da sua vida.