Campinas atinge 65% de cesáreas e preocupa especialistas sobre a cultura do parto no Brasil

A elevada taxa de cesáreas em Campinas reflete a cultura de partos cirúrgicos e os impactos na saúde pública

Em 2024, Campinas registrou um alarmante índice de cesáreas, com 65,58% dos partos realizados de forma cirúrgica

Em 2024, Campinas registrou um alarmante índice de cesáreas, com 65,58% dos partos realizados de forma cirúrgica, ultrapassando em mais de quatro vezes a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere que a taxa de cesáreas não ultrapasse 15% dos partos. A situação preocupa especialistas e acende um alerta sobre a cultura do parto no Brasil, especialmente em hospitais privados, onde a taxa chega a 74,1%.

A escolha pelo parto cesáreo tem raízes em diversos fatores, incluindo a influência da cultura, do medo da dor e de uma legislação que garante à gestante o direito de optar pela cesariana a partir da 39ª semana, desde 2019. Isso resultou na diminuição dos partos vaginais, especialmente na rede pública, onde a taxa de cesáreas também atingiu 59,4%.

Especialistas apontam que, além dos riscos imediatos como infecções e complicações anestésicas, a cesárea também pode resultar em problemas a longo prazo para a mulher, como maiores chances de complicações em gestações futuras, incluindo a placenta prévia. Além disso, o parto vaginal é essencial para a transferência de bactérias benéficas para o bebê, fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunológico e prevenção de doenças como obesidade.

A prefeitura de Campinas tem implementado políticas públicas de conscientização sobre os benefícios do parto vaginal, especialmente no pré-natal. No entanto, o medo da dor e a busca por maior segurança continuam a levar muitas mulheres a optarem pela cesárea. Esse cenário reflete uma realidade cultural complexa, onde a escolha do tipo de parto é influenciada por fatores pessoais, experiências anteriores e percepções culturais, tornando-se um desafio para a saúde pública.

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