Cidade mantém classificação C no Índice de Efetividade da Gestão Municipal, com falhas graves em saúde, educação e mobilidade urbana
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) divulgou o Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM), revelando que Campinas recebeu, pelo terceiro ano consecutivo, a pior nota na avaliação da administração pública. A cidade obteve a classificação C, que indica uma “gestão crítica” em áreas essenciais como educação, gestão fiscal e planejamento.
A piora na avaliação da cidade vem sendo registrada desde 2018. Até então, Campinas havia recebido apenas uma nota C entre 2015 e 2017. A partir de 2018, passou a ter dois indicadores com essa classificação e, ao longo dos anos, acumulou avaliações negativas até alcançar seis notas C em 2024, um recorde negativo para o município.
Na área da saúde, um dos principais pontos de insuficiência apontados pelo levantamento, há um déficit de 32% no atendimento básico, com filas de espera superiores a 18 meses para especialidades como cardiologia. Além disso, apenas 44% das unidades de saúde contam com equipamentos essenciais atualizados, comprometendo a qualidade do atendimento.
A educação também apresenta indicadores preocupantes. A taxa de abandono escolar no ensino fundamental atinge 8,7% em Campinas, valor muito acima da média estadual de 3,2%. O índice de reprovação em matemática chegou a 29%, superando em três vezes a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação.
A mobilidade urbana é outro setor crítico na cidade. Segundo os dados do TCE-SP, cerca de 85% das vias apresentam problemas de sinalização ou pavimentação, enquanto os projetos de expansão do transporte coletivo estão paralisados desde 2023, dificultando a locomoção da população.
Com a manutenção da nota C pelo terceiro ano seguido, Campinas segue enfrentando desafios na administração pública, impactando diretamente a qualidade de vida dos moradores e a eficiência dos serviços essenciais oferecidos pelo município.