O complexo está dimensionado para ocupar uma área de aprox. 20 mil metros quadrados, com previsão de conclusão até 2026
Por Gabriel Previtale
O governo federal do Brasil está impulsionando a pesquisa científica e médica com um investimento significativo de R$ 1 bilhão no novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Como parte desse programa anunciado em agosto, está em desenvolvimento o laboratório de biossegurança máxima (NB4) nas instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas. Este complexo laboratorial de vanguarda traz uma característica inédita no cenário global: será o primeiro laboratório de biossegurança máxima conectado a uma fonte de luz síncrotron, o renomado Sirius.
O laboratório de máxima contenção biológica marca um passo à frente significativo para o Brasil, possibilitando pesquisas cruciais com patógenos de classe 3 e 4, conhecidos por causar doenças graves e altamente contagiosas. Esta estrutura de excelência, não existe em toda a América Latina, permitirá ao país monitorar, isolar e estudar agentes biológicos, desenvolvendo métodos avançados de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
Sua singularidade está na conexão direta com três linhas de luz, também conhecidas como estações de pesquisa, do acelerador de partículas Sirius. Esse atributo exclusivo é a base para o nome do projeto: Orion, uma homenagem à constelação que possui três estrelas direcionadas para a estrela que batiza o acelerador brasileiro. Um dos principais objetivos do projeto Orion é a capacitação de cientistas nacionais para lidar com agentes infecciosos de alta periculosidade.
O complexo laboratorial está dimensionado para ocupar uma área de aproximadamente 20 mil metros quadrados, com previsão de conclusão até 2026. Após essa etapa, o Orion passará por rigorosos processos de comissionamento técnico e científico, bem como por certificações internacionais de segurança, assegurando sua prontidão para operações regulares.
Sirius também receberá ampliado
Sendo o principal empreendimento científico do Brasil, o Sirius representa um laboratório de luz síncrotron de quarta geração. Essa instalação tem a capacidade de analisar uma variedade de materiais em escalas que abrangem átomos e moléculas. O projeto foi concebido para acomodar até 38 estações de pesquisa, conhecidas como linhas de luz, das quais 14 estão planejadas para a primeira etapa. Agora, impulsionado pelo PAC, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está alocando um adicional de R$ 800 milhões para impulsionar o avanço do projeto. Isso permitirá a construção de 10 novas linhas de luz. Adicionalmente às novas estações que estão sendo planejadas, outras três serão erguidas e integradas ao complexo Orion, dentro do escopo financeiro do laboratório.