Município intensifica ações preventivas, educativas e de fiscalização para conter riscos do período mais crítico do ano
“Estamos em estado de atenção e cada pequena faísca pode virar uma tragédia. A prevenção começa com a conscientização de todos.”
— Defesa Civil de Valinhos.


Valinhos está oficialmente em estado de atenção por conta da baixa umidade relativa do ar, o que aumenta os riscos de queimadas e problemas respiratórios. Os índices registrados nas últimas semanas têm oscilado entre 28% e 40%, sendo que abaixo de 30% já é considerado um patamar perigoso. Segundo a Defesa Civil, a situação é monitorada diariamente e, dependendo das condições climáticas, a cidade pode passar do estado de atenção para alerta ou até emergência. O cenário varia conforme a presença de umidade no ar, que pode mudar repentinamente.
Aumento de queimadas e reforço nas ações conjuntas
O mês de julho, em especial, é considerado de “fase vermelha”, com maior incidência de queimadas. A Defesa Civil de Valinhos confirmou aumento expressivo no número de ocorrências em relação aos meses anteriores, desde o início da Operação Estiagem em maio. As ações têm sido realizadas em conjunto com o Corpo de Bombeiros, que confirma a elevação das chamadas relacionadas a focos de incêndio, especialmente em áreas de mata e terrenos baldios.
Prevenção com foco nas áreas rurais vulneráveis
Para enfrentar esse período crítico, a Prefeitura intensificou medidas preventivas, educativas e de fiscalização. Já em fevereiro, durante a Operação Verão, uma força-tarefa envolvendo diversas secretarias e órgãos municipais se reuniu com proprietários rurais, principalmente na região da Serra dos Cocais, que é historicamente vulnerável. Foram realizadas visitas às propriedades, orientação para a criação de aceiros, abertura de porteiras e combate ao acesso irregular de pessoas, que frequentemente iniciam fogueiras para se aquecer e acabam provocando incêndios florestais por descuido.
Tecnologia e planos de contingência integrados
Todo o monitoramento de focos de calor é feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio de imagens de satélite, e as informações são compartilhadas com a população por meio de boletins meteorológicos e sistemas de alerta. A cidade cumpre o que determina a Lei Federal nº 12.608/2012, que institui o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. Valinhos já possui seu próprio Sistema Municipal e um plano de contingência, que integra todas as secretarias em uma estrutura de resposta rápida.
Infraestrutura de combate ampliada
A estrutura técnica de combate também foi reforçada. A cidade conta com mais de 90 hidrantes espalhados estrategicamente, abastecimento garantido pelo DAEV e, neste ano, recebeu duas motobombas com capacidade para 500 litros cada. Uma delas foi destinada à Defesa Civil e a outra ao Corpo de Bombeiros, permitindo o enfrentamento mais eficaz de focos de incêndio em áreas de difícil acesso.
Educação ambiental como ferramenta de prevenção
A Prefeitura também aposta na educação ambiental para formar uma cultura de prevenção. Equipes da Defesa Civil realizam palestras nas escolas da rede municipal, com o objetivo de conscientizar os alunos e transformá-los em multiplicadores de boas práticas. A orientação é clara: não colocar fogo em terrenos baldios, não soltar balões, não jogar bituca de cigarro em áreas verdes e evitar deixar mato seco acumulado após cortes.
Impactos na saúde pública e recomendações
Os reflexos do clima seco também já afetam a saúde da população. A UPA de Valinhos registrou um aumento de 20% nos atendimentos relacionados a problemas respiratórios como tosse seca, sangramento nasal e rinite. Ainda que parte desses sintomas também esteja relacionada às doenças típicas do inverno, a baixa umidade é fator agravante. A Secretaria de Saúde tem orientado a população a manter a hidratação constante, evitar exercícios físicos entre 10h e 16h, umidificar os ambientes de forma segura e não queimar folhas ou lixo, medida que além de ilegal, agrava a poluição e os problemas respiratórios.
Leis rígidas e multas para coibir irregularidades
No combate às práticas irregulares, Valinhos tem legislação firme. A Lei Municipal nº 5.115/2015 proíbe qualquer tipo de queimada, seja em área urbana ou rural. A fiscalização é feita pela Guarda Civil Ambiental, e as multas variam conforme a gravidade da infração, sendo aplicadas em UFMs (Unidades Fiscais do Município). Em 2025, cada UFM equivale a R$ 240,34. Além da legislação municipal, também se aplicam as penalidades previstas na lei federal dos crimes ambientais.
Campanhas e canais de denúncia
A cidade também integra a campanha estadual “São Paulo Sem Fogo” e criou sua própria ação “Fogo Zero”, que envolve não apenas os agentes públicos, mas também a sociedade civil, proprietários de áreas e entidades. As denúncias sobre queimadas, soltura de balões e outros comportamentos de risco podem ser feitas diretamente ao Corpo de Bombeiros pelo telefone 193, à Defesa Civil no 199, à Guarda Municipal pelo 153 ou à Polícia Militar no 190.