Edital destina R$ 2,8 milhões para desenvolver bengalas inteligentes que ampliam a segurança e autonomia de pessoas com deficiência visual
Um concurso pioneiro voltado para a inovação tecnológica promete revolucionar a acessibilidade para pessoas com deficiência visual no Brasil. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o governo do Paraná lançaram o edital do “Desafio de Inovação: Bengalas Inteligentes”, que busca premiar protótipos de bengalas ou dispositivos complementares capazes de detectar obstáculos acima da linha da cintura. A proposta pretende ampliar a segurança e autonomia dos usuários, superando as limitações das bengalas tradicionais, que identificam apenas objetos abaixo do quadril.
Segundo o Censo do IBGE de 2022, aproximadamente 6,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência visual, sendo que 582 mil são cegos. No Paraná, esse número ultrapassa 82 mil pessoas. O concurso busca estimular a criação de tecnologias acessíveis e eficazes, garantindo que os dispositivos cheguem ao mercado a preços viáveis. A iniciativa também reforça o uso das Compras Públicas de Inovação como estratégia de fomento ao desenvolvimento tecnológico no país.
O edital prevê um investimento de R$ 2,8 milhões para as melhores soluções. A competição será dividida em duas fases. Na primeira, chamada de “Etapa de Evolução”, até dez projetos em estágio inicial serão selecionados e receberão R$ 180 mil para desenvolvimento e aprimoramento. Na segunda fase, denominada “Dia do Desafio”, as propostas serão apresentadas a uma banca avaliadora por meio de pitchs e testes práticos em um circuito que simula um ambiente real. O primeiro colocado será premiado com R$ 500 mil, o segundo com R$ 300 mil e o terceiro com R$ 200 mil. Além da premiação em dinheiro, os vencedores terão acesso a assessoria técnica da ABDI para inserção no ecossistema de inovação nacional e internacional.
As inscrições são gratuitas e estarão abertas de hoje até 5 de maio, às 17h, no site www.abdi.com.br/bengalasinteligentes. Podem participar pessoas jurídicas de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, além de consórcios entre empresas, inclusive com instituições estrangeiras. A participação de pessoas físicas não será permitida. Com essa iniciativa, espera-se impulsionar a inovação no setor de acessibilidade e promover a inclusão social de pessoas com deficiência visual.
Fonte: Agência Brasil