Aumento de 66,8% nos afastamentos por transtornos mentais em SP reforça a necessidade de cuidados no trabalho
Os afastamentos por transtornos mentais têm mostrado um crescimento expressivo, com um aumento de 66,8% no número de pessoas afastadas do trabalho no Estado de São Paulo entre 2023 e 2024. Esse dado, que reflete um quadro crescente em todo o Brasil, revela a magnitude de um problema de saúde pública que afeta uma parte significativa da população trabalhadora.


Em 2024, mais de 470 mil brasileiros se afastaram do trabalho devido a transtornos mentais, o maior número registrado nos últimos dez anos. Os principais motivos para esses afastamentos incluem a ansiedade e a depressão, que figuram no topo das doenças incapacitantes. Um exemplo disso é o caso de uma professora de Educação Física que, após enfrentar crises de depressão, passou a ser incapaz de interagir adequadamente com seus alunos, o que a levou a buscar ajuda médica.
Esse aumento nos afastamentos não pode ser explicado apenas pelas condições do mercado de trabalho. Especialistas apontam que as ‘cicatrizes’ deixadas pela pandemia também são um fator crucial nesse cenário. Transtornos como crises de pânico e ansiedade prejudicam a capacidade de socialização do paciente, tornando necessário o afastamento para que o trabalhador se recupere adequadamente.
Os dados do INSS revelam que 64% dos afastamentos por transtornos mentais envolvem mulheres, com uma faixa etária média de 41 anos. Esses trabalhadores ficam afastados por até três meses, dependendo da gravidade do quadro. Embora o INSS tenha fornecido essas informações, não foi possível obter dados sobre raça, faixa salarial ou escolaridade dos afastados.
A crescente demanda por afastamentos confirma que a decisão depende da perícia médica. Caso o INSS negue o afastamento, há a possibilidade de reverter a decisão por meio de recursos. Esse aumento no número de afastamentos reforça a necessidade de uma abordagem mais eficaz para o cuidado da saúde mental no ambiente de trabalho.