Advogados alegam falta de acesso completo às provas antes de depoimentos de testemunhas no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu nesta terça-feira (13) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão das audiências de testemunhas no processo que investiga a trama golpista que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva para o terceiro mandato presidencial.
O início dos interrogatórios das testemunhas de acusação e defesa do chamado “núcleo 1” da investigação está previsto para a próxima segunda-feira (19). Entre os primeiros a depor estão o ex-comandante do Exército Freire Gomes e o ex-comandante da Aeronáutica Batista Júnior.
Falta de acesso às provas
Os advogados de Bolsonaro argumentam que a defesa ainda não teve acesso completo ao material probatório, mesmo após determinação de Moraes para que a Polícia Federal (PF) disponibilizasse todos os documentos. Segundo a defesa, sem esse acesso, não há como garantir um processo justo.
“Iniciar a instrução sem que a defesa conheça aquilo que não interessou à acusação é impedir que qualquer alternativa surja nos autos”, afirmaram os advogados.
Testemunhas de peso
Os principais depoimentos estão agendados para o dia 30 de maio, quando devem prestar esclarecimentos o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello — todos indicados como testemunhas por Bolsonaro.
Réu por tentativa de golpe
Em março de 2025, o ex-presidente e mais sete aliados tornaram-se réus no STF por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado. Eles respondem pelos crimes de:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado por violência e grave ameaça
- Deterioração de patrimônio tombado
O processo é um dos mais relevantes da atual conjuntura política brasileira e pode ter desdobramentos significativos para o futuro político de Bolsonaro e aliados.