Denúncias de Assédio Moral e desmonte de setor de combate à corrupção marcam crise na BB Seguridade

Funcionários da BB Seguridade denunciam assédio moral e desmonte do setor de combate à corrupção, enquanto o MPT investiga as queixas

Funcionários da área de Controles Internos e Integridade da BB Seguridade, empresa vinculada ao Banco do Brasil, têm denunciado casos de assédio moral e um desmonte do setor de combate à corrupção. Nos últimos meses, três funcionários desse departamento se afastaram devido a problemas de saúde, após sofrerem, segundo relatos, pressões e comportamentos prejudiciais no ambiente de trabalho. A Superintendência de Controles Internos e Integridade (SCI) ficou sem nenhum dos membros que compunham o setor no início de 2024.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) está investigando a denúncia, que menciona práticas como o isolamento da equipe, a limitação no acesso a informações e avaliações baixas que impediam a ascensão de profissionais que não estavam alinhados à cúpula da empresa. A apuração inicial está sendo conduzida pelo procurador Paulo Cezar Antun de Carvalho, que decidirá os próximos passos do caso.

As denúncias incluem um episódio envolvendo “kits executivos”, presentes avaliados em cerca de R$ 4 mil, oferecidos à cúpula da BB Seguridade e parceiros externos no fim de 2023. Esse valor ultrapassava o limite permitido pelo Código de Ética da empresa. A investigação interna concluiu que, embora os brindes tenham sido devolvidos, nenhuma responsabilidade foi atribuída aos executivos.

A SCI, que tem como função auditar processos críticos e verificar falhas em condutas, também apontou deficiências no monitoramento de parceiros comerciais e na gestão de contratos com grandes empresas como a Mapfre e a Odontoprev.

O caso gerou uma discussão sobre as pressões internas e a relação da BB Seguridade com influências políticas, especialmente com o Centrão. Além disso, levanta questões sobre assédio moral no setor bancário, um tema que já foi debatido no Judiciário após a morte de um diretor da Caixa Econômica Federal em 2022. A viúva do diretor busca indenização, alegando que a pressão enfrentada levou ao seu falecimento.

Em nota, a BB Seguridade afirmou que ainda não foi notificada pelo MPT e reafirmou seu compromisso com boas práticas de governança.

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