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Desculpe o Auê

Nessa semana partiu Rita Lee, aos 75 anos. Mulher à frente do seu tempo, autodeclarada – e de fato – “mais macho que muito homem”, sua musicalidade, criatividade, poesia e, sobretudo atitude, não só fizeram dela a artista feminina que mais vendeu álbuns no país, mas também lhe renderam títulos como Rainha do Rock do Brasil (que ela detestava) e Padroeira da Liberdade (que ela preferia).

Capricorniana do último dia do ano, falava e fazia o que achava que tinha que falar e fazer, doa a quem doer. Muito antes de se falar em feminismo, Rita Lee já se rebelava, com muita personalidade, contra padrões patriarcais e formatações preconceituosas. Artista das mais prolíficas que o país teve, a “ovelha negra da família” travou incessantes batalhas contra a qualquer autoridade injusta que lhe cerceava.

E sua postura questionadora e nunca aceitando imposições que alienassem a sua própria e íntima perspectiva de vida, Rita se foi, mas deixou o legado de nos rebelarmos sim contra o que está errado, cobrando justiça e decência a tanto coisa errada no mundo e no país. O país todo lamentou sua passagem esta semana e em Valinhos não foi diferente.

Que seu espírito incansável e inconformado com a baixeza e crocodilagem do senso comum não só permaneça, mas como nos inspire. Tal espírito faz parte do espírito do Jornal Terceira Visão, que é de cobranças sim pelo bem comum, pelo trabalho e dedicação para a informação da cidade que amamos e para que a razão e justiça prevaleça sobre interesses individuais e mesquinhos.

Por isso, se incomodamos, não é oposição. Só estamos cobrando o que é de direito da população. E nosso. E, como Rita cantou há exatos 40 anos, Desculpe o Auê. Não foi sem por que.

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