Diabetes tipo 2 e o tratamento com cirurgia

No próximo dia 14 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. A data foi criada em 2006, pela ONU (Organização das Nações Unidas), para enfatizar a característica epidêmica e o impacto social e econômico causado pela doença. A cor azul foi escolhida representando as cores da ONU, lembrando que o diabetes está presente em todo o mundo.  

O diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer por defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas e tem como principal função promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Há vários tratamentos para o diabetes tipo 2, que vão desde mudanças na alimentação, inclusão de atividades físicas e uso de medicamentos, mas hoje quero falar sobre o cirúrgico. Para tratamento dessa doença, a cirurgia bariátrica pode ser realizada em pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 Kg/m2 e 34,9 Kg/m2. Neste caso, o nome da cirurgia é cirurgia metabólica. Na prática, é o mesmo procedimento que a cirurgia bariátrica, mas como os objetivos são diferentes, ela recebeu outra nomenclatura.

Diversos estudos, no mundo todo, comprovam que a cirurgia metabólica é muito eficiente no controle do diabetes, às vezes, até na cura. Os benefícios, muitas vezes, são notados logo nos primeiros dias após a cirurgia. Sabemos que um dos fatores de risco do diabetes tipo 2 é a obesidade, então, quando o paciente perde peso, já há uma tendência de melhora da doença. Mas o que percebemos é que a mudança metabólica causada pela cirurgia já melhora o diabetes antes mesmo de uma perda de peso significativa.

Isso porque a cirurgia metabólica provoca uma alteração de hormônios relacionados à obesidade e estimula a produção de substâncias que reduzem a resistência à insulina, além de preservar o pâncreas, que passa a produzir insulina de melhor qualidade.

Apesar de ser liberada para pacientes com IMC menor que os da cirurgia bariátrica (para a bariátrica, é necessário ter IMC a partir de 40 Kg/m2 ou de 35 Kg/m2 a 39,9 Kg/m2, desde que o paciente apresente doenças relacionadas à obesidade), a cirurgia metabólica também segue uma série de critérios internacionais.

Além do IMC, o paciente precisa comprovar a falta de resposta ao tratamento clínico para o diabetes com endocrinologista e ter idade entre 30 e 70 anos. Também é preciso ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes porque o pâncreas está mais preservado e os benefícios da cirurgia são maiores. Ainda é preciso seguir todas as outras regras internacionais exigidas para a cirurgia bariátrica, como acompanhamento de uma equipe multiprofissional (psicólogo/psiquiatra, endocrinologista, nutricionista, cardiologista, etc.).

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