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“Discos de vinil devem ser amados”

Amanhã, 20 de abril, é o Dia do Disco, e o músico e colecionador Marcos Pinheiro conta um pouco sobre como cuida de seus ‘bolachões’

Por Bruno Marques

Marcos ressalta a “nostalgia de ouvir um disco de vinil com o manuseio da arte”

Neste sábado, dia 20, comemora-se o Dia do Disco. A data que celebra os nostálgicos ‘bolachões’ surgiu em 1978, no Rio de Janeiro, por iniciativa de saudosistas e colecionadores de discos.

Foi escolhido o dia 20 de abril como uma homenagem ao cantor e compositor Ataulfo Alves, cuja vasta discografia com 320 canções, é considerada uma das maiores da música popular brasileira. 

O disco de vinil é muito mais do que um formato de mídia. É um objeto carregado de nostalgia, que proporciona uma experiência sensorial única para os amantes da música.

Vintage não só na música

E para falar sobre o assunto, esta reportagem entrevistou um colecionador de discos de vinil. Marcos Hamilton Pinheiro tem 55 anos, é consultor de sistema SAP e morador de Valinhos desde a infância.

Guitarrista e fundador da banda Gabba Gabba Hey – Ramones cover, e vocalista guitarrista e compositor do Parentes da Vítima, que faz punk rock autoral, ele é entusiasta de itens antigos que vão desde decorações vintage a um Opala bruto. Marcos tem mais de 400 títulos “escolhidos a dedo” e muita história.

Desde quando você coleciona discos de vinil?

Eu comecei a ouvir música ainda muito criança, e ganhei meu primeiro disco do meu tio, quando tinha uns 5 anos de idade. Acho que posso dizer que coleciono desde essa época.

Lembra quais foram os primeiros itens de sua coleção? E os mais recentes?

O primeiro disco que ganhei do meu tio foi o With the Beatles, segundo álbum dos Beatles. Curiosamente, o último que comprei foi o “Now and Them”, com a última gravação dos Beatles.

Quais os mais raros ou que foram mais difíceis de encontrar?

Tenho alguns discos que considero raros por não terem sido lançados no Brasil, como o Ballast der Republik do Die Toten Hosen e o Pink Flag do Wire, e também pela baixa tiragem que teve na época, que é o caso do Botas, Fuzis e Capacetes, que foi gravado em parceria com duas bandas paulistas, Olho Seco e Brigada do Ódio.

Quais ainda gostaria de encontrar?

Muitos. E graças ao retorno do vinil, hoje é possível encontrar grandes títulos sendo relançados com qualidade superior, como os primeiros álbuns do Tim Maia, e até o do Mamonas Assassinas.

Para você, quais os diferenciais entre ouvir música em disco de vinil e em outros formatos como CD, fita K7 ou digital?

O principal diferencial é a qualidade do som, com graves mais orgânicos e uma textura única, que em nada se compara as mídias digitais. Além disso, tem também a nostalgia de ouvir um disco de vinil com o manuseio da arte.

Quais os cuidados que você tem com seus discos na conservação? É necessário limpá-los com frequência? Se sim, qual e como?

Parafraseando a personagem do filme “Procura-se um amigo para o fim do mundo”, os discos de vinil devem ser amados. Eles devem ser guardados de pé, em ambiente arejado e longe da luz do sol.

É importante que o vinil seja acomodado em plástico específico. Antes de colocar pra tocar, é legal passar um pano macio na superfície para retirar pó ou alguma outra impureza que possa prender na agulha.

Com o passar do tempo pode ser necessário lavar o vinil em água corrente e com detergente neutro, deixando secar bem antes de utilizá-lo. Essa prática é recomendada principalmente se o vinil estiver apresentando muitos chiados ou estalos.

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