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ELEIÇÃO SEM ISENÇÃO

Por Wilson Vilela

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.” (Dante Alighieri)

Os 5.570 municípios brasileiros já estão se preparando para receberem nas mais de 350 mil urnas eletrônicas que serão distribuídas pela Justiça Eleitoral o voto dos eleitores de todo este imenso país continente que é o nosso amado Brasil. Urnas eletrônicas essas que vêm com duas grandes novidades em termos de acessibilidade, uma voltada para pessoas com deficiência visual, e outra para pessoas com deficiência auditiva. 

                É um privilégio do cidadão consciente participar das eleições e poder, com o seu voto, influir nos destinos de toda a nação. Considero esse avanço uma conquista da democracia, que torna o parágrafo único do artigo primeiro da Constituição da República — que é a lei máxima do país —, uma realidade. Diz esse dispositivo constitucional, que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Isto significa dizer que o princípio democrático, constitucionalmente assegurado, é mais do que um método ou técnica dos governados escolherem os governantes. Na verdade, como já disse o notável constitucionalista português, professor Gomes Canotilho, esse princípio, “considerado nos seus vários aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais, aspira a tornar-se impulso dirigente de uma sociedade”.

                Assim, o poder nasce do povo, que o delega para ser exercido pelos representantes que ele mesmo elege, mediante sufrágio universal, em voto secreto, para garantir a ausência de pressões de toda ordem sobre os eleitores que compõem o colégio eleitoral, que é a população votante de cada município que integra a república federativa do Brasil.

                E todos precisamos votar, porque a desculpa de que “política me dá nojo, não voto em ninguém”, além de ser um exercício antidemocrático, de falta de cidadania, permite que sejamos governados por aqueles que “não têm nojo da política”. Esse raciocínio, portanto, não é correto e não contribui em nada para o aprimoramento da democracia e o fortalecimento do Estado de Direito, que pressupõe um Estado constitucional.

                O certo é que devemos votar e votar em candidatos éticos, honestos, de princípios já comprovados, preocupados não com o seu bem-estar pessoal, mas sim com o bem-estar de toda a sociedade que pretendem representar. Que queiram servir e não serem servidos. O ato de votar é uma oportunidade que se renova, exatamente para que possamos exercer esse direito, que é sagrado, pois somos nós que escolhemos os nossos governantes, somos nós que dizemos como queremos ser governados, mantendo viva a democracia, isto é, o governo do povo “para” e “pelo” povo.

                Portanto, não fiquemos neutros, não nos isentemos desse dever cívico: vamos às urnas escolher os nossos representantes, aqueles que irão falar por nós, dirigir os destinos do Brasil pelos próximos anos. Vamos votar conscientes, pensando que o nosso voto pode sim, fazer a diferença.

                Vox populi, vox Dei!   

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