
Novos e-mails divulgados por democratas da Câmara dos Representantes reacenderam o escândalo que envolve o presidente americano Donald Trump e o financista condenado por crimes sexuais Jeffrey Epstein, morto em 2019. As mensagens sugerem que o republicano sabia dos crimes cometidos por Epstein, de quem foi amigo próximo até 2004.
As revelações surgem em um momento delicado para o governo, marcado por queda de popularidade, divisões internas no Partido Republicano e pressões do Congresso para liberar todos os arquivos relacionados ao caso.
E-mails apontam ligação direta
Entre os três e-mails divulgados nesta quarta-feira (12), um de 2011 é endereçado por Epstein à sua ex-namorada e cúmplice, Ghislaine Maxwell, na época em que ambos administravam o círculo de exploração sexual. Nele, o financista afirma que Trump passou horas em sua casa com uma das vítimas.
Em outro e-mail, de 2019, Epstein escreve ao jornalista Michael Wolff dizendo que “Trump sabia das meninas”, o que indicaria que o então presidente tinha conhecimento das atividades ilegais do ex-amigo.
Em uma das mensagens, Epstein usa uma metáfora provocativa:
“Quero que vocês percebam que o cachorro que ainda não latiu é o Trump.”
Tentativas de afastamento e novas tensões políticas
Desde o início do escândalo, Trump tenta negar qualquer envolvimento e se distanciar de Epstein, alegando ter cortado relações em 2004. Durante a campanha presidencial, o republicano prometeu transparência total sobre o caso, afirmando que divulgaria todos os documentos relativos aos crimes do financista — promessa que até hoje não se concretizou.
Agora, diante da nova divulgação, Trump acusa os democratas de “ressuscitar a farsa de Epstein” para desviar o foco de problemas internos do governo, como a recente paralisação administrativa. Em pronunciamento, ele afirmou que seus aliados devem “ignorar a armadilha política” e “se concentrar em reabrir o país”.
Pressões no Congresso e fissuras no Partido Republicano
A repercussão dos e-mails também ampliou a pressão sobre Trump no Congresso americano. Deputadas conservadoras como Lauren Boebert, Marjorie Taylor Greene e Nancy Mace aderiram a um movimento bipartidário que exige a divulgação completa dos arquivos de Epstein, incluindo nomes de pessoas citadas nos documentos.
A iniciativa atingiu o número necessário de assinaturas (218) para forçar uma votação em plenário, o que pode gerar novos embaraços ao governo.
Enquanto isso, Ghislaine Maxwell, cúmplice condenada de Epstein, foi recentemente transferida para uma prisão de segurança mínima após uma longa conversa com o vice-procurador Todd Blanche — decisão que gerou críticas e suspeitas de favorecimento político.
Um fantasma que persegue Trump
Apesar das tentativas de apagar o passado, o fantasma de Epstein continua a assombrar a trajetória política de Donald Trump. As novas evidências comprometem sua narrativa de inocência e intensificam a disputa entre republicanos divididos e democratas determinados a expor toda a extensão do caso.
Quanto mais Trump tenta se afastar de Epstein, mais as conexões entre eles voltam à tona — e cada nova revelação parece aprofundar a crise de confiança no governo americano.
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