EUA realizam bombardeios de embarcações no Caribe e Pacífico; ação mira Venezuela e provoca críticas internacionais

Os Estados Unidos intensificaram operações navais no Caribe e no Oceano Pacífico que resultaram no bombardeio de embarcações em águas internacionais próximas à Colômbia. As ações, justificadas pelo governo norte-americano como parte do combate ao narcotráfico, já atingiram ao menos nove barcos em pouco mais de um mês, com relatório inicial apontando mais de 30 mortes entre tripulantes.

Autoridades americanas afirmaram que a mobilização de navios de guerra, aeronaves, militares e um submarino tem como objetivo impedir o transporte de drogas da América do Sul para os Estados Unidos. Relatos da imprensa internacional, porém, indicam que a operação também pode representar uma manobra de pressão contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, e que ações encobertas da inteligência americana estariam sendo consideradas ou autorizadas.

Dados oficiais citados no processo indicam que a maior parte do fentanil que causa mortes por overdose nos Estados Unidos tem origem no México, onde a droga é produzida em laboratórios clandestinos com precursores químicos vindos da China. Relatórios governamentais apontam que a participação direta da Venezuela na produção ou no contrabando de fentanil para os EUA é, na avaliação dessas agências, praticamente insignificante.

Especialistas independentes da Organização das Nações Unidas classificaram alguns dos ataques como execuções extrajudiciais, por ocorrerem sem tentativa prévia de prisão ou captura dos suspeitos. A preocupação internacional é crescente em função do uso das Forças Armadas para destruir embarcações com pessoas a bordo, sem processos judiciais ou medidas não letais previamente esgotadas.

Nos Estados Unidos, integrantes do governo e de sua base de apoio têm defendido publicamente que os ataques evitam mortes por overdose no país, atribuindo às operações um caráter preventivo. Ao mesmo tempo, críticas internas e externas alertam para os riscos de escalada militar e para a margem de erro em ações que ocorrem em alto mar, envolvendo civis e possíveis violações do direito internacional.

Fontes de imprensa reportaram que o Departamento de Justiça ofereceu recompensas por informações que levem à prisão de líderes venezuelanos, em paralelo a movimentos militares e diplomáticos mais amplos. Relatórios sugerem que ordens confidenciais e autorizações para operações secretas contra representantes do governo venezuelano estão sendo avaliadas ou já teriam sido emitidas.

O governo venezuelano reagiu qualificando as ações como agressões e afirmando ter conhecimento de operações de inteligência no seu território. Autoridades venezuelanas declararam que qualquer tentativa de ação encoberta será enfrentada e rejeitada, e que a presença de agentes estrangeiros no país é monitorada.

Analistas em segurança e direitos humanos acompanham os desdobramentos, destacando a necessidade de transparência nas operações e de investigações independentes sobre as mortes resultantes dos bombardeios. Ao mesmo tempo, governos e organizações humanitárias pedem que medidas de combate ao tráfico de drogas priorizem cooperação internacional, investigações criminais e estratégias de redução de danos que evitem prejuízo a civis.

Leia anterior

Marília Mendonça tem nova música póstuma lançada: “Segundo amor da sua vida”

Leia a seguir

Paço Municipal de Valinhos encerra expediente ao meio-dia nesta sexta (24) para instalação do Poupatempo