

Três crianças cidadãs dos Estados Unidos, incluindo um menino com câncer raro, foram deportadas para Honduras com suas mães, imigrantes hondurenhas, após serem detidas durante check-ins de rotina no Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). O caso gerou grande repercussão, já que o menino de 4 anos, portador de um tipo raro de câncer, foi removido do país menos de 24 horas após sua detenção. As outras duas crianças têm 2 e 7 anos. Todas nasceram nos EUA e foram levadas para Honduras sem alternativas oferecidas às mães, apesar da disponibilidade de cuidadores nos Estados Unidos, conforme afirmam advogados.
As deportações ocorreram em menos de três dias, levantando suspeitas sobre irregularidades no processo. Um juiz federal expressou preocupação com a legalidade de pelo menos um dos casos, sugerindo a possibilidade de que uma cidadã americana tenha sido deportada sem o devido processo legal. Em outro caso, uma mãe grávida foi presa em Nova Orleans com duas filhas (de 2 e 11 anos), sendo que a mais nova é cidadã americana e a mais velha é hondurenha. O juiz tentou contatar a mulher durante o voo de deportação, mas foi informado de que ela já havia sido liberada em Honduras.
Organizações de direitos civis classificaram as ações do ICE como abusivas. Em um caso na Flórida, uma mulher cubana foi deportada dois dias após um check-in em Tampa, deixando para trás a filha de 1 ano, cidadã americana, que sofre de convulsões e ainda estava sendo amamentada. A mulher, que já possuía uma ordem de deportação desde 2019, vinha cumprindo as exigências do ICE desde que foi libertada em 2020. Sua advogada afirmou que não houve tempo para apresentar documentos que poderiam impedir sua remoção, evidenciando aspectos humanitários claros no caso.