Com tarifa extra imposta pelos Estados Unidos, estado avalia redirecionamento para países como Chile e Egito


Mato Grosso do Sul intensifica esforços para reestruturar sua cadeia de exportação de carne bovina após a suspensão temporária das vendas para os Estados Unidos, que impuseram uma tarifa adicional de 50% aos produtos brasileiros. Com a decisão, o governo estadual avalia novos mercados potenciais, como Chile e Egito, para absorver parte da produção destinada anteriormente aos norte-americanos.
O redirecionamento da carne exige um processo gradual, pautado pela competitividade de preços. Enquanto negociações diplomáticas seguem em curso, a produção local está normalizada, mas o excesso de oferta pode pressionar o mercado interno, com impactos no preço final ao consumidor e rentabilidade do produtor rural.
O governo estadual considera a ampliação da distribuição da carne no mercado interno como alternativa para evitar perdas econômicas, com destaque para o aumento da oferta em Mato Grosso do Sul e em outras regiões do país.
Dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) mostram que Mato Grosso do Sul respondeu por 7,3% das exportações brasileiras de carne bovina em 2024. Os Estados Unidos foram o segundo principal destino, com 18,42% do total exportado, representando US$ 235,5 milhões e 49,6 mil toneladas. A China liderou as compras, com 24,18% (US$ 309 milhões e 66 mil toneladas).
No primeiro semestre de 2025, os EUA mantiveram essa posição, concentrando 9,21% do valor total exportado e 8,78% do volume físico. A China continuou na liderança, com 12,09% do valor exportado e 11,71% do volume.
A paralisação das exportações preocupa a cadeia produtiva sul-mato-grossense, que também teme impactos em outros setores afetados pela tarifa, como açúcar, celulose e madeira. O governo estadual articula com o governo federal uma possível prorrogação das medidas restritivas para abrir espaço a novas negociações diplomáticas.