Criança de 10 anos deu um desenho de presente para o famoso DJ que se apresentou na Festa do Figo
Por Rafaela Duarte
Na sexta-feira (20) ocorreu na 72ª Festa do Figo e 27ª Expogoiaba de Valinhos, a apresentação do Dj Alok, que foi um dos shows mais esperados da lista de artistas famosos que viriam neste evento, e claro, foi um sucesso, a pista, área vip e camarote estavam lotadas de fãs extremamente alegres, entre eles, Heitor de apenas 10 anos de idade.
O menino, que é autista, tinha o sonho de encontrar com o cantor, já que é muito fã de suas canções. Com isso, sua mãe, Michele Miloni, gravou um vídeo do Heitor para tentar realizar o sonho do filho. Após a postagem do vídeo, eles ficaram esperando uma resposta por parte da assessoria do Dj, nesse meio tempo acabaram sofrendo um golpe, de alguém se passando como funcionário da equipe do Alok.
Quando descobriu que isso era uma farsa, acabou perdendo um pouco a esperança do encontro, porém no dia do evento a mãe descobriu que a equipe do cantor, realmente já sabia da existência do vídeo e estavam tentando organizar para que isso fosse, de fato, concretizado.
No fim das contas, os dois se conheceram pessoalmente no camarim, onde Heitor entregou para o ídolo um desenho e o Dj convidou ele e sua família para assistirem o show em cima do palco. Sabendo sobre esse acontecimento, o Jornal Terceira Visão entrou em contato com a mãe do menino para realizar uma entrevista.
Como e desde quando o Heitor começou a acompanhar o Alok?
Heitor pegou gosto pela música já desde pequeno. Nós não temos condições de pagar musicoterapia, aí começamos a incentivar ele em casa, ouvir músicas, tocar bateria, cantar e dançar. É algo que o acalma.
E como ele assistia muitos clipes, assim conheceu o Alok. Pegou fixação por sua música, como essa que ele fez o vídeo. Aos poucos fomos montando seu kit de balada como diz ele. Tem luz de LED, laser, máquina de gelo seco, e ele disse que falta o tapete de dança e uma caixinha de som.
Qual o espectro autista do Heitor? Ele passa por muitas dificuldades?
Ele tem autismo de suporte nível 1. As pessoas neste caso apresentam sintomas menos graves, mas não menos importantes, pois demanda uma rotina de terapias como todos os outros. Muita gente não acredita que Heitor tenha Paralisia Cerebral e Autismo, elas esperam aqueles sinais clássicos do moderado a graves.
Heitor tem todas as dificuldades possíveis dentro do espectro. São coisas que podem ser simples para nós, mas não para ele. A maior dificuldade é contornar as crises, pois costumam ser intensas e tristes. Ele ainda não tem o autocontrole. Autistas são muito inteligentes, mas não sabem lidar com suas emoções e a sociedade não está preparada para eles, os julgam e nos julgam.
Como foi realizar o sonho do Heitor em conhecer o DJ Alok?
Heitor é um menino incrível, amoroso e cheio de sonhos. Ele sonha em conhecer vários ídolos. A Ana Castela também está na listinha dele e ela estará em Valinhos. Estamos tentando também fazer essa foto acontecer. Mas sempre orientamos que nem tudo é possível da forma queremos, mas a gente sempre tenta esgotar os meios.
Ele vive intensamente cada momento bom que a vida lhe dá de presente e realizar estes momentos é muito importante para nós e principalmente para ele. Nós nos preocupamos em proporcionar momentos inesquecíveis e mostrar para ele que mesmo com uma rotina puxada, entre terapias e médicos, há motivos para continuar e ser grato. Em momentos de crises ele fala “que odeia ser assim”. Isso é muito triste.
Como foi a recepção por parte do artista?
Alok estava sempre com aquele sorriso no rosto. O horário estava muito apertado, mas conversou com o Heitor com muita calma, o ouviu, fez perguntas, foi muito educado. A gente agradeceu esse momento importante para nossa família e aí ele nos convidou para ver o show ali do palco. O Heitor saiu do camarim pulando de alegria.
O que o Heitor achou de tudo isso e como ele reagiu?
No momento que foi confirmado que esse encontro iria acontecer foi um misto de sentimentos. Heitor estava lá ouvindo música. Quando dei a notícia para ele, começou a pular de alegria e chorar ao mesmo tempo. Eu, claro, já estava aos prantos de tamanha emoção, sem acreditar que esse encontro iria realmente acontecer. Heitor foi logo querendo fazer um desenho, que é sua outra paixão, para o ídolo em homenagem ao seu projeto indígena. Colocou uma música e criou o seu personagem.