No Dia Nacional do Teatro, conhecemos a trajetória inspiradora de Flávio Eduardo Calefi, ator e bailarino de 24 anos, natural de Valinhos. Desde cedo, Flávio sentiu o chamado da arte e, com apenas 11 anos, iniciou sua jornada no teatro no Centro Cultural Vicente Musselli. Aos 17, ampliou seu universo artístico ao ingressar no mundo da dança, encontrando na expressão corporal uma nova forma de se conectar com o público.
Flávio é formado no curso de teatro do Centro Cultural Vicente Musselli e atualmente é aluno de dança na Unicamp. Além disso, faz parte da Ó1É Companhia de Dança de Valinhos, onde se profissionalizou como bailarino. Para ele, a arte sempre foi um espaço de comunicação profunda e troca com o outro. “Sempre fui muito comunicativo e percebia na relação com o outro uma grande potência de existência”, afirma.
A carreira artística no Brasil, no entanto, não é isenta de desafios. Flávio destaca a desvalorização do trabalho dos artistas e a falta de reconhecimento da relevância cultural da arte. “Muitas vezes, a arte é rebaixada em sua importância, sendo que ela é imprescindível na cultura. Por não ser um bem material, é destituída de valor”, desabafa. Ainda assim, ele enxerga a força transformadora da arte em cada experiência, seja em peças de teatro ou espetáculos de dança.
Entre os momentos marcantes de sua carreira, Flávio lembra com carinho sua atuação na peça “Descontos de Fábulas”, em que interpretou o coelho de Alice no País das Maravilhas. Mais recentemente, ele se apresentou no espetáculo “sEUss”, da Ó1É Companhia de Dança, que o permitiu viajar por diversas cidades e encantar públicos variados.
Apesar das dificuldades materiais, como a falta de auditórios adequados e de incentivos para artistas locais, Flávio valoriza a cena artística de Valinhos e acredita que os centros culturais da cidade são portas de entrada fundamentais para quem deseja explorar o mundo da arte. No entanto, ele acredita que esses espaços precisam se expandir para além do centro, alcançando outros bairros e criando mais oportunidades para divulgação e apresentações.
Com um sonho de tornar sua arte acessível e provocadora, Flávio almeja que seu trabalho questione o ser humano e seu lugar no planeta. Ele também pretende concluir a faculdade de psicologia e mesclar os conhecimentos da mente com a arte. Para quem está começando, ele deixa um conselho: “Se você sente que deve seguir a carreira artística, não desista. Persista e nunca abra mão do seu desejo para agradar os outros. A arte nos faz estar em constante diálogo com o que somos e o que queremos ser.”