Frota de táxis em Campinas encolhe 25% e nova regra do STF agrava crise no setor

A frota de táxis em Campinas registrou uma queda significativa nos últimos oito anos
Foto: Arquivo/PMC

A frota de táxis em Campinas registrou uma queda significativa nos últimos oito anos. De acordo com dados da Emdec, o número de veículos regulares caiu de 987 em 2017 para 728 em 2025 — uma redução de 25%. Já o total de permissões recuou 11%, passando de 987 para 879. O cenário reflete uma combinação de fatores que afetam diretamente a categoria: a concorrência com aplicativos de transporte, os impactos da pandemia de Covid-19 e uma nova decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entra em vigor neste domingo.

Durante a pandemia, muitos taxistas mais velhos se afastaram da profissão ou faleceram. A popularização dos aplicativos reduziu drasticamente a demanda pelo serviço. Em pontos tradicionais como o Largo do Pará, o número de taxistas caiu pela metade. Antes da crise sanitária, era comum realizar mais de 20 corridas por dia; hoje, a média não passa de dez.

A atividade noturna também foi duramente impactada. A queda na demanda levou muitos profissionais a abandonarem o turno. Em locais como o Campinas Shopping, já não há táxis disponíveis devido à escassez de motoristas e à impossibilidade de transferência de permissões em casos de falecimento.

A crise no setor pode se agravar com a nova regra do STF, que declarou inconstitucionais trechos da Lei de Mobilidade Urbana que autorizavam a comercialização e transferência das permissões de táxi. A partir de agora, as autorizações voltam automaticamente à prefeitura após a morte do titular e só poderão ser redistribuídas por meio de licitação pública.

Sem novas licitações desde 2015, o sindicato da categoria cobra a abertura de um novo processo seletivo para permitir a entrada de motoristas auxiliares e garantir a continuidade do serviço, diante do atual cenário de insegurança jurídica e redução de profissionais no mercado.

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