

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, fez duras declarações nesta quinta-feira (22) ao acusar autoridades europeias não identificadas de alimentarem um ambiente de “incitação antissemita tóxica”. Segundo Saar, esse clima teria contribuído diretamente para o assassinato de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, nos Estados Unidos, na noite de quarta-feira (21).
As vítimas, Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim, foram atingidas por disparos do lado de fora de um museu judaico. A polícia americana deteve um suspeito que teria entoado slogans pró-palestinos antes do ataque.
Ataque e repercussão
O crime gerou comoção internacional. Líderes de diversos países, incluindo o ex-presidente americano Donald Trump, França, Reino Unido e Canadá, condenaram a violência. No entanto, Saar usou o momento para relacionar o crime ao crescente discurso crítico contra Israel no cenário global.
“Há uma linha direta ligando o incitamento antissemita e anti-Israel a esse assassinato. Esse incitamento também é feito por líderes e autoridades de muitos países e organizações, especialmente da Europa”, afirmou Saar durante entrevista coletiva em Jerusalém.
Contexto de tensão internacional
As declarações de Saar ocorrem em meio a fortes críticas internacionais à atuação militar de Israel em Gaza. Grupos humanitários alertam para uma crise humanitária severa no território palestino, que está sob bloqueio israelense há 11 semanas. A falta de insumos básicos tem deixado a população à beira da fome.
França, Reino Unido e Canadá têm elevado o tom contra Tel Aviv, ameaçando inclusive “ações concretas” caso a situação humanitária em Gaza continue se deteriorando.
Israel sob pressão
Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 — que deixou 1.200 mortos e resultou no sequestro de 251 pessoas levadas para Gaza — o país tem conduzido operações militares intensas contra alvos do grupo palestino. Porém, a magnitude da resposta israelense vem sendo amplamente questionada por aliados ocidentais e organismos internacionais.
Saar afirmou que a “atmosfera global contra Israel” se intensificou desde então e que o antissemitismo disfarçado de crítica política estaria alimentando atos violentos.
Investigação e cautela
Apesar das acusações, o ministro não mencionou nomes específicos de líderes ou países. Autoridades americanas continuam investigando o crime, tratando-o como um possível ataque motivado por ódio político ou religioso.