

A psicóloga Alessandra Pontes oferece suporte profissional e compassivo para casais lidarem com a infidelidade e reconstruírem a confiança perdida
Por Gabriel Previtale
A infidelidade conjugal é uma questão recorrente nos consultórios psicológicos, afetando tanto aqueles que foram traídos quanto os que traíram. Alessandra Pontes (@psico.alepontes), psicóloga clínica de Valinhos com pós-graduação em Psicologia e Sexualidade, tem se dedicado a ajudar casais a lidar com essa crise emocional e reconstruir suas relações.
A profissional entende que a infidelidade pode deixar uma pessoa perdida, repleta de dúvidas e sentimentos ambivalentes, com dificuldade em confiar novamente. Em seu consultório, ela escuta relatos de pessoas que sofreram com a infidelidade dos parceiros e até mesmo daquelas que vivenciaram a traição dos próprios pais, evidenciando como essa questão pode afetar profundamente as relações. A traição é amplamente vista como uma quebra da confiança e do respeito, e socialmente associada à falta de caráter. Alessandra destaca que as mulheres enfrentam um julgamento ainda mais severo, o que, em certos casos extremos, pode levar ao feminicídio. No entanto, ela ressalta que cada caso é único e requer cuidado individualizado.
Para pessoas que desejam reconstruir um relacionamento após uma traição, é essencial que o casal reflita sobre as motivações que levaram à infidelidade e discuta suas expectativas e prioridades dentro da relação que é composta por ambos. “A partir disso, é fundamental que quem traiu se empenhe em reparar e recuperar a confiança do parceiro, demonstrando arrependimento e transparência. E a pessoa que foi traída deve escolher aceitar o reparo e sair da posição de vítima ou de culpada – pois muitas pessoas se sentem assim! – para contribuir na reconstrução do vínculo conjugal”, enfatiza a psicóloga. A entrevistada também alerta que conhecer detalhes íntimos do caso extraconjugal do parceiro pode alimentar fantasias e pensamentos obsessivos, prejudicando o processo de reconexão do casal. Em vez disso, é importante focar no presente e no futuro da relação.
Alessandra pontua que a infidelidade pode ter várias motivações, como crenças de gênero, baixa autoestima, compulsão sexual, curiosidade sexual, falhas na comunicação do casal, insatisfação sexual, ciclos de vida específicos e conflitos não resolvidos. Além disso, pessoas com dependência emocional, inseguranças, baixa autoestima ou histórico familiar de traição podem nutrir fantasias e pensamentos obsessivos de que serão traídas. Nesses casos, ela recomenda buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para lidar com o sofrimento emocional.
A era digital também desempenha um papel importante na infidelidade, gerando conflitos, insegurança, ciúmes e desconfiança nos relacionamentos. Alessandra destaca a importância de uma conversa aberta sobre o que cada um considera infidelidade no contexto digital, estabelecendo acordos e limites dentro do relacionamento. A entrevistada enfatiza que a fidelidade é uma escolha consciente e requer esforço contínuo de ambos os parceiros.
Alessandra Pontes continua dedicando seu trabalho à compreensão e ao apoio de casais que enfrentam a infidelidade, oferecendo a eles ferramentas para reconstruir seus relacionamentos e superar as dificuldades emocionais. Sua experiência como psicóloga clínica e especialista em sexualidade contribui para abordar essa questão complexa e delicada de maneira profissional e compassiva.