Aumento das intoxicações alimentares alerta para os riscos das carnes contaminadas e o armazenamento adequado
Os atendimentos por intoxicação alimentar aumentaram 145,7% nas regiões de Campinas e Piracicaba em 2024, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Foram registrados 118.066 casos ao longo do ano, contra 48.035 no ano anterior. O consumo de alimentos contaminados, especialmente carnes fora da validade ou armazenadas de forma inadequada, tem sido um dos principais responsáveis pelo crescimento dos casos.
Na última segunda-feira (17), uma operação policial resultou na apreensão de 37,5 toneladas de carne imprópria para consumo em um frigorífico de Hortolândia. Segundo a Polícia Civil, as condições do local eram precárias, com produtos sem etiquetas de validade e aparentando deterioração. A Vigilância Sanitária interditou o estabelecimento e a perícia foi acionada para análise do material apreendido.
O consumo de carne contaminada pode provocar desde sintomas leves, como náuseas e diarreia, até complicações graves que exigem internação e cirurgia. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças preexistentes estão mais suscetíveis a quadros severos. Entre as bactérias mais comuns em carnes estragadas estão Salmonella e E. Coli, que podem causar infecções graves e prolongadas. Além disso, doenças como cólera, botulismo e cisticercose podem ser adquiridas por meio de alimentos contaminados.
Carnes são altamente perecíveis devido ao alto teor de água e nutrientes, o que favorece a proliferação de micro-organismos. Alguns desses organismos apenas deterioram o produto, enquanto outros são responsáveis por intoxicações. Muitas vezes, as bactérias não alteram o cheiro, o sabor ou a aparência da carne no início da contaminação, tornando impossível identificá-las a olho nu.
Para reduzir os riscos, especialistas alertam que a carne não deve ser lavada antes do preparo. O hábito pode espalhar microrganismos pelo ambiente da cozinha, contaminando pias, utensílios e outros alimentos. O armazenamento correto e a procedência dos produtos são fatores essenciais para garantir a segurança alimentar e evitar intoxicações.