
A polícia italiana realizou, nesta quarta-feira (3), buscas nas sedes de 13 marcas de moda de luxo, entre elas Dolce & Gabbana, Versace e Prada, para coletar documentos ligados à governança e ao controle da cadeia de fornecimento. A ação integra uma investigação sobre suspeita de exploração de trabalhadores em oficinas terceirizadas, especialmente de propriedade de chineses.
Nenhuma das marcas está formalmente sob investigação, e os promotores não solicitaram administração judicial. As empresas citadas foram notificadas a apresentar documentos porque, durante inspeções anteriores em oficinas terceirizadas, autoridades encontraram peças e registros de subcontratação relacionados a elas.
As marcas incluídas na operação são: Dolce & Gabbana, Gianni Versace, Prada, Adidas, Off-White, Missoni, Ferragamo, Givenchy, Alexander McQueen, Gucci, Yves Saint Laurent, Cris Conf. (Pinko) e Coccinelle. A ação foi conduzida pela unidade trabalhista dos Carabinieri em Milão, com apoio de agentes em Florença, Parma e Varese.
Segundo documentos analisados pela Reuters, o objetivo é avaliar se essas empresas estiveram envolvidas, mesmo que indiretamente, no uso de mão de obra explorada e se seus modelos de compliance são adequados para prevenir abusos. Cada marca poderá corrigir voluntariamente eventuais falhas identificadas. Caso não o façam, os promotores poderão adotar medidas preventivas adicionais.
O governo italiano tem buscado fortalecer a proteção ao “Made in Italy”. Investigações recentes revelaram exploração generalizada de trabalhadores na cadeia de suprimentos da moda. Em resposta, o país discute uma lei para criar certificação legal de conformidade para as empresas do setor.
A Itália concentra entre 50% e 55% da produção mundial de bens de luxo, segundo a consultoria Bain. Em maio, marcas italianas firmaram um acordo com autoridades para combater práticas abusivas nas fábricas terceirizadas.
A lista de documentos exigidos pelas autoridades inclui materiais de governança, sistemas de controle interno, avaliação de riscos, modelos de gestão, organogramas, contratos com fornecedores, registros de denúncias e relatórios de auditoria. O objetivo é rastrear toda a cadeia produtiva e verificar se os mecanismos de controle adotados pelas companhias são suficientes para impedir exploração e irregularidades.
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