
Joaquim Arcoverde, pernambucano de Cimbres (hoje Pesqueira), entrou para a história como o primeiro brasileiro e latino-americano a participar de um conclave no Vaticano. Este evento histórico ocorreu entre 31 de agosto e 3 de setembro de 1914, quando o cardeal Arcoverde, já arcebispo do Rio de Janeiro e nomeado cardeal em 1905, se destacou no cenário internacional ao fazer parte da eleição papal que escolheu o italiano Giacomo Battista della Chiesa, futuro papa Bento XV.
Embora não fosse considerado um papável, a participação de Arcoverde no conclave gerou grande comoção no Brasil. Jornalistas da época noticiaram a dúvida sobre sua chegada a tempo, mas ele conseguiu viajar da Espanha até Roma de trem. No conclave seguinte, em 1922, devido a problemas de saúde, ele não participou.
Arcoverde teve sua formação religiosa iniciada cedo, estudando em Roma e Paris. Antes de ser nomeado arcebispo do Rio, desempenhou importantes funções em Goiás, Itu e São Paulo. Era considerado um bispo próximo ao povo e politicamente articulado. Seu papel foi crucial para a aproximação entre a Igreja e o Estado após a Proclamação da República, sendo peça-chave na oficialização de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil e na construção do Cristo Redentor.
Sua nomeação ao cardealato foi resultado de articulações políticas entre o governo brasileiro e o Vaticano. Apesar das disputas internas, Arcoverde se destacou pela habilidade política e pelo reconhecimento internacional, simbolizando o fortalecimento do catolicismo brasileiro no cenário mundial.