

Uma juíza distrital dos Estados Unidos decidiu que o governo do ex-presidente Donald Trump não poderia cortar os subsídios federais destinados à Universidade de Harvard, medida que representava cerca de US$ 2,2 bilhões. A decisão, publicada na última quarta-feira (3), foi assinada pela juíza Allison Burroughs, em Boston, e é considerada uma vitória expressiva para a instituição de ensino mais antiga do país.
O governo Trump havia cancelado centenas de bolsas para pesquisadores sob o argumento de que a universidade não teria feito o suficiente para conter casos de assédio contra estudantes judeus. Harvard, por sua vez, moveu ação alegando que a medida feria direitos constitucionais de liberdade de expressão e de ensino, previstos na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
Burroughs, nomeada pelo ex-presidente Barack Obama, reconheceu que a luta contra o antissemitismo é legítima, mas afirmou que a medida do governo tinha motivação política e buscava pressionar Harvard a se adequar ideologicamente. A magistrada declarou ainda que cabe ao Judiciário proteger a liberdade acadêmica e evitar que pesquisas relevantes sejam prejudicadas por cortes arbitrários.
A decisão também proíbe o governo de encerrar ou congelar futuros financiamentos federais à instituição, além de impedir que retenha pagamentos já previstos. Em resposta, a Casa Branca criticou a magistrada e prometeu recorrer, classificando Harvard como “inelegível para receber subsídios no futuro”. A universidade não comentou a decisão.