O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta de Gustavo Henrique Cardoso, de 7 anos, encontrado morto com sinais de tortura e desnutrição em maio, em Vinhedo.
O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e transformou em réus o pai e a madrasta de Gustavo Henrique Cardoso, de 7 anos, encontrado morto com sinais de tortura em maio. Gustavo foi encontrado nu e com sangramentos pelo corpo em uma casa no Parque das Paineiras, em Vinhedo. Segundo familiares, ele foi abandonado pela madrasta, Camila Luiz Gomes da Silva, que supostamente tem problemas psiquiátricos. O pai, Pedro Vitor Joseph do Prado, havia cumprido cinco anos de prisão por roubo e conseguiu a guarda do menino cerca de um ano e meio antes da tragédia.
No dia da morte, a irmã de Pedro ouviu barulhos de um ataque contra Gustavo e viu o sobrinho desacordado no sofá. Ela tentou reanimá-lo, mas não teve sucesso. A tia e a avó de Gustavo foram trancadas em casa pelo casal, que impediu que buscassem ajuda. Na manhã seguinte, as mulheres conseguiram chamar as autoridades, mas Gustavo já estava morto.
O exame necroscópico revelou marcas de agressões antigas e recentes, indicando torturas frequentes. Gustavo estava desnutrido, e a madrasta colocava excesso de sal na pouca comida que ele recebia, dificultando seu consumo. O menino não frequentava a escola há dois meses, e o Conselho Tutelar foi acionado em março, recebendo críticas por não agir adequadamente.
O Conselho Tutelar afirmou que seguiu os procedimentos necessários e que após uma denúncia anônima de maus-tratos, os conselheiros entraram em contato com o pai e a madrasta, encaminhando-os para atendimento psicológico. O caso continua em investigação, e a sociedade aguarda por justiça e maior atenção às denúncias de maus-tratos infantis.