Decisão judicial impede o governo Trump de limitar a entrada de refugiados aprovados, resultando em um golpe contra a política migratória da gestão republicana


A Justiça dos Estados Unidos determinou que o governo do presidente Donald Trump permita a entrada de quase 12 mil refugiados, mantendo o programa de admissão de refugiados já aprovado. A decisão, emitida na segunda-feira (5) pelo juiz Jamal Whitehead, representa um revés significativo para a política migratória adotada pela administração Trump. O juiz rejeitou a tentativa do governo de limitar a admissão a apenas 160 refugiados, alegando que a decisão da Corte de Apelações não impunha um limite de tempo, como o governo havia argumentado.
A medida atende a uma ação movida por organizações como a HIAS (Hebrew Immigrant Aid Society), a Church World Service e os Serviços Comunitários Luteranos, além de cidadãos afetados. Essas entidades haviam denunciado a situação de milhares de refugiados que, após venderem seus bens e abandonarem seus países, foram impedidos de viajar para os Estados Unidos devido à ordem executiva do governo Trump.
O reassentamento de refugiados, uma das poucas vias legais para acesso à cidadania americana, tem sido alvo de mudanças significativas. A política de acolhimento foi ampliada durante a gestão de Joe Biden, que incluiu populações impactadas pela crise climática. Já o governo Trump tem tentado reverter essas mudanças com ações restritivas, incluindo deportações militarizadas e a redução do número de refugiados admitidos.
Além disso, na mesma segunda-feira, um tribunal federal de apelações rejeitou outro pedido do governo Trump, que buscava cancelar o status legal temporário de centenas de milhares de imigrantes cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos.