Marcos Guimarães, embora nascido em Campinas em 1959, é filho de Valinhos, onde viveu toda a sua infância, sempre em contato com a terra e a natureza, no sítio onde seus pais, Paulo Afonso e Zenilde, extraem do solo os frutos que projetam Valinhos como capital nacional do figo roxo, e que a destaca, também, no cenário fruticultor do país, como produtora de goiaba e maçã.
Formou-se em Economia pela UNICAMP e, posteriormente, em Fisioterapia. Entretanto, não pôde resistir ao chamado íntimo de sua alma, e sensível às artes plásticas, a elas se voltou buscando orientar-se com artistas já consagrados na arte da pintura, tanto brasileiros, quanto italianos, cursando escola de desenho e pintura em Firenze na Itália.
Participou de inúmeras exposições nacionais e internacionais consagrando-se internacionalmente. Recebeu vários prêmios e ambicionadas láureas, fruto do reconhecimento do nível do seu trabalho artístico.
Em Valinhos, pintou o grande painel com 8 metros de comprimento que se encontra instalado no saguão superior do paço municipal e realizou o monumento instalado na estação ferroviária e o monumento em homenagem ao compositor Adoniran Barbosa que, em bronze, se encontra instalado no CAAC, o Centro de Artes, Cultura e Comércio, ao lado da Rodoviária.
Produziu, ainda, vários outros monumentos em outros estados brasileiros e em outros países. Era um mestre da pintura e da escultura.
Mas Marcos, infelizmente nos deixou muito cedo. Faleceu na madrugada do segundo dia de 2022 por problemas de saúde, deixando a esposa Giséle e os quatro filhos Daniela, Rafael, Júlia e Beatriz e, sobretudo, “um imenso legado humano e artístico e uma legião de admiradores da sua obra, que conseguia ser monumental mesmo na forma de um simples rascunho em um pedaço de papel”.
Mas embora tenha partido, Marcos ainda está conosco num livro que leva o título desta singela crônica que pretende ser uma reverência ao seu talento e à sua dimensão humana. Essa obra é fruto de uma parceria que objetiva implantar o projeto Trajetórias, que tem “a ambição de produzir ao longo dos próximos anos uma série de livros e exposições registrando a obra de artistas que fizeram, e fazem, história em Valinhos”. E esse primeiro livro dedicado a Marcos, um dos artistas mais reconhecidos de Valinhos, representa o início desse projeto.
É um projeto da Ocupe.Arte, sob a curadoria de Genivaldo Amorim e produção de Tomás Cajueiro, com a coordenação geral do saudoso Marcos, realizado com o patrocínio do governo de São Paulo e alguns empresários valinhenses. É um livro primoroso, com fotos coloridas das obras, da família, dos amigos, do ateliê, de alguns passos da trajetória do artista polivalente, onírico e sensível ali retratado. Esse livro, fruto de um longo e árduo trabalho desenvolvido na forma dessa parceria não pode faltar em nossas estantes, não só como homenagem a esse artista único que foi Marcos Guimarães, como também pela oportunidade que temos de apreciar a trajetória de vida e as obras por ele produzidas, comungando com aquilo que a sua arte nos oferece, atestando que, nelas, Marcos vive e respira os seus sonhos com beleza e amor!